Bogotá - O cultivo de folha de coca, matéria-prima para a cocaína, aumentou 16% na Bolívia, no Peru e na Colômbia, os três principais países produtores do vegetal, segundo relatório anual do Conselho Internacional de Controle de Entorpecentes, da ONU.
Segundo o levantamento, a Venezuela continua sendo usada "como um dos principais pontos de partida das remessas de drogas ilícitas da região da América do Sul".
O maior produtor mundial de cocaína, segundo os dados recolhidos pelo Conselho em 2008, continua sendo a Colômbia, onde a área semeada expandiu-se 27%. Na Bolívia e no Peru foi observado um aumento moderado, de 5%.
A expansão do cultivo, no entanto, não se refletiu na mesma proporção no crescimento da produção mundial de cocaína, que segundo o órgão da ONU chegou a 994 toneladas, somente 10 toneladas acima da medição anual anterior.
A principal rota de tráfico sai da Colômbia para os Estados Unidos, passando pelo Caribe.
Segundo o governo colombiano, 80% da produção é levada em lanchas rápidas, capazes de transportar até uma tonelada e meia da droga. Recentemente, lembra o relatório, até um submarino foi interceptado levando cocaína para consumidores norte-americanos.
Outra rota que tem ganhado importância é a que usa países africanos como ponto de apoio para chegar até a Europa, passando pelo Brasil. Os países sul-americanos, que antes funcionavam mais como corredores de passagem, acabaram se tornando mercados importantes.
De acordo com a ONU, da produção de cocaína peruana, só 5% fica no país, outros 40% seguem para Estados Unidos e Europa, e os restante 55% são vendidos para os vizinhos, principalmente Equador, Chile e Brasil.
No que se refere às drogas apreendidas, o Conselho destacou que a interdição de carregamentos de cocaína aumentou no Brasil (18,2 toneladas), Bolívia (17,8) e Colômbia (181), mas diminuiu no Equador (25) e no Peru (8,1).