O cultivo de coca na Bolívia subiu 8% em 2006, com um crescimento considerado "dramático" na região tropical do Chapare (19%), enquanto a produção de cocaína aumentou 17,5%, passando de 80 para 94 toneladas, informou o Escritório das Nações Unidas contra as Drogas e o Crime, UNODC.
Em 2006, a superfície total dedicada ao cultivo de coca na Bolívia foi quantificada em 27.500 ha, um aumento de 8% em relação ao anterior, de 25.400 ha, ressalta o informe divulgado nesta sexta-feira pelo jornal La Razón.
A lei boliviana contra as drogas estabelece que os cultivos legais são limitados a 12.000 hectares, no máximo, para uso com finalidades legais, como infusão, mastigação e ritos religiosos.
A regra enfatiza que toda coca excedente deve ser eliminada ou submetida a processos de reconversão agrícola, embora o presidente Evo Morales tenha manifestado a intenção de mudar a lei para legalizar até 20.000 hectares, beneficiando 40.000 trabalhadores rurais do Chapare, seu principal feudo político.
A produção de cocaína no país em 2006 também aumentou, passando de 80 toneladas de 2005 para 94 em 2006, o que representa um crescimento de 17,5%.
O governo defende sua política de erradicação da coca ressaltando que sua preocupação com os lavradores evitou a violência social, e que tem tido grande sucesso na apreensão de entorpecentes.
Um relatório oficial divulgado pelo governo em 2006 mostra que a polícia boliviana apreendeu 12,8 toneladas de pasta base de cocaína e 1,3 toneladas de cloridrato de cocaína.
O presidente Morales reitera que a coca que não usada para fins legais deva ser industrializada para uso medicinal, com o apoio financeiro da Venezuela e técnico-científico de Cuba, seus dois aliados políticos.
A coca que não tiver uma finalidade lícita será erradicada, seguindo o programa do governo.
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