A cunhada do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair acusou nesta quarta-feira os governo do Egito e de Israel de a estarem impedindo de sair da Faixa de Gaza. A acusação vem à tona mais de uma semana depois de ela ter ingressado no território palestino mediterrâneo em desafio a um bloqueio israelense.
Lauren Booth, cunhada do ex-primeiro-ministro e atual enviado especial do Quarteto (Estados Unidos, Rússia, União Européia e Nações Unidas) ao Oriente Médio, disse que tenta sair de Gaza desde a última sexta-feira, mas militares israelenses e egípcios impedem sua passagem pelos entroncamentos de fronteira.
Booth estava entre os 46 ativistas estrangeiros do Movimento Gaza Livre que navegaram até o território em 23 de agosto para chamar a atenção do mundo para o bloqueio israelense, que impede 1,4 milhão de pessoas de deixarem a região e sufoca a economia local.
A maior parte dos manifestantes deixou Gaza em direção ao Chipre na última quinta-feira a bordo dos mesmos barcos, mas Booth e alguns outros ativistas resolveram ficar mais algum tempo para realizar trabalhos humanitários.
Booth afirmou ter recorrido a diplomatas britânicos na região para tentar sair. "Manobras diplomáticas de alto nível estão em andamento quando nada disso seria necessário", disse ela.
Ela disse não ter conversado com Blair. Nem o gabinete do enviado especial do Quarteto nem a Embaixada da Grã-Bretanha em Tel-Aviv responderam a telefonemas em busca de comentários.
Yigal Palmor, porta-voz da chancelaria israelense, disse que o governo ainda está avaliando se deixará a cunhada de Blair entre em Israel e comentou que, assim como qualquer outro país, Israel tem o direito de decidir que entra e quem não entre em seu território.
Autoridades egípcias não foram encontradas para comentar o assunto.
Israel fechou totalmente as fronteiras de Gaza em junho de 2007, quando o grupo islâmico Hamas expulsou do território forças leais à facção laica Fatah. Antes, porém, o Estado judeu já exercia total controle sobre as fronteiras terrestres e os espaços aéreo e marítimo de Gaza.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião