O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira que "a democracia não acontece por acidente", por isso, "cada geração precisa renová-la", em claro alerta sobre a recente ameaça de governos autoritários no mundo.
A afirmação fez parte do discurso inaugural da Cúpula da Democracia, evento que acontece durante dois dias, de maneira remota, e é organizado pela Casa Branca, com a presença de mais de 100 países e as destacadas ausências de China e Rússia.
"A democracia não acontece por acidente. Temos que renová-la a cada geração", disse o chefe de governo americano.
No pronunciamento, Biden estava acompanhado do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e garantiu que os "constantes e alarmantes desafios à democracia e aos direitos humanos em todo mundo, por parte de governos autoritários, fazem com que a democracia precise de defensores".
O presidente dos EUA reconheceu, contudo, que esses desafios também acontecem dentro do próprio país.
"Aqui nos Estados Unidos, sabemos melhor do que ninguém que renovar nossa democracia e fortalecer nossas instituições democráticas requer um esforço constante", disse.
A Cúpula pela Democracia tem como pilares o fortalecimento da democracia contra o autoritarismo, a luta contra a corrupção e a promoção dos direitos humanos.
A Casa Branca descreveu o evento como uma oportunidade para que líderes e especialistas dos mais de 100 países colaborem para a defesa contra o autoritarismo, o combate à corrupção e a promoção do respeito aos direitos humanos.
Além de China e Rússia, os governos de Hungria e Turquia também optaram por não ter representação no encontro virtual.
Na América Latina, El Salvador, Guatemala e Honduras, considerados chaves pelos EUA para enfrentar a questão do crescente fluxo migratório, não foram convidados, assim como Bolívia, Cuba e Nicarágua.
Antes do evento, os embaixadores da China e da Rússia nos EUA escreveram um ensaio em conjunto para a revista National Interest em que dizem que o governo Biden exibe uma "mentalidade da Guerra Fria", que irá "criar um confronto ideológico e uma divisão no mundo".
Pequim lançou ainda um relatório defendendo que a sua autocracia comunista é um regime democrático. O documento, intitulado "China: democracia que funciona", direciona várias alfinetadas ao Ocidente, especialmente aos EUA.