Havana (Reuters) — Cuba qualificou ontem a cúpula da Organização das Nações Unidas, encerrada ontem, de "blefe imperdoável", com as potências mundiais tentando transformar a entidade em um instrumento de ditadura global. Falando aos líderes mundiais, o presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, que já foi embaixador na ONU, citou nominalmente os EUA apenas uma vez, mas dirigiu claramente todos os seus comentários ao governo Bush.

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Em vez de cumprir as chamadas Metas de Desenvolvimento do Milênio, criadas pela ONU em 2000 para combater a pobreza, a fome, o analfabetismo, a mortalidade infantil e a aids, os poderosos estão tentando desviar a cúpula para a guerra ao terrorismo e para a redução da secretaria-geral a "uma ferramenta para os seus desígnios", segundo Alarcón. O ditador cubano, Fidel Castro, não compareceu à cúpula deste ano. Quando foi, em 2000, também exigiu ajuda dos países ricos aos pobres, mas deu toques de humor ao seu discurso.

Este ano, quem animou as sessões foi seu amigo venezuelano, Hugo Chávez, com uma ajudinha do presidente da Belarus, Alexander Lukashenko. Muito aplaudido na quinta-feira, Chávez fez duras críticas aos Estados Unidos e disse que o presidente George W. Bush "representa o imperialismo mais cru e selvagem que ameaça o mundo". Ele também atacou o pastor norte-americano Pat Robertson, que pediu pela tevê que alguém matasse o líder venezuelano, e sugeriu que a sede da ONU fosse transferida de Nova Iorque para Jerusalém, porque os EUA invadiram o Iraque sem a autorização da entidade.

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