Forte esquema de segurança foi montado para o encontro de líderes do Continente Americano em Cartagena, na Colômbia| Foto: Jose Miguel Gomez/Reuters

Venezuela

Chávez confirma participação em encontro na Colômbia

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, participará da Cúpula das Américas no fim de semana em Cartagena, confirmou ontem a chanceler colombiana, María Angela Holguín, apesar do mandatário estar em Cuba submetendo-se a um tratamento de radioterapia para combater um câncer.

O presidente socialista poderá se transformar no centro das atenções durante o encontro, no qual estarão 33 governantes das Américas, por sua posição crítica aos EUA e o seu apoio ao retorno de Cuba a estas reuniões, segundo fontes diplomáticas e analistas.

O presidente venezuelano, de 57 anos, se submeteu a vários ciclos de quimioterapia que durante semanas o mantiveram afastado da cena política.

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Três anos depois de ter sido festejado por líderes latino-americanos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enfrentará ceticismo e desapontamento na Cúpula das Américas neste fim de semana por não ter cumprido promessas de uma nova era nas relações com a região.

A primeira reunião de Obama com os líderes da região, em Trinidad e Tobago, no auge de sua popularidade, incluiu uma promessa de reparar os laços com Cuba e um aperto de mão fotografado com Hugo Chávez, presidente venezuelano e crítico feroz dos EUA.

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Neste ano, no entanto, Oba­­­­ma está mais concentra­­do na reeleição do que na po­­lítica externa e deve ser bas­­tante questionado sobre te­­mas controversos como a guerra às drogas, Cuba e até a política monetária dos EUA pelos chefes de Estado ansiosos para lembrá-lo que Washington está ficando cada vez menos relevante para a região.

"O engano e a decepção são muito reais", diz Hal Kle­­pak, professor canadense de história e especialista em Amér­­ica Latina. "O foco da última cúpula foi o ‘show de Obama’, desta vez o que temos são anos de nada acontecendo", acrescenta.

Um funcionário de alto escalão do governo Obama disse que o presidente norte-americano vai à cúpula no fim de semana em Car­­tagena, Colômbia, buscando ampliar os laços comerciais, especificamente no setor de energia em um momento de preços elevados de gasolina.

Ele deve se concentrar em acordos de livre-comér­­cio com o Panamá e a Colômbia, aprovados pelo Congresso dos EUA no ano passado, cuja expectativa é de que impulsionem o crescimento em ambos os países ao mesmo tempo em que criam empregos dentro de casa.

Os líderes latino-america­­nos, no geral, são a favor de um segundo mandato de Obama, segundo analistas, em parte por causa de alguns comentários linha-dura sobre imigração feitos pelos pré-candidatos presidenciais republicanos.

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Mas, mesmo assim, eles devem pressionar Obama para permitir a entrada de Cuba na próxima Cúpula das Américas e, novamente, questionar o embargo comercial de 50 anos estabelecido pelos EUA contra a ilha comunista.

Presidentes também devem pressioná-lo por uma discussão sobre a legalização e redução da demanda norte-americana por drogas ilegais.