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Brasília (Reuters) – Os presidentes da recém-criada Comunidade Sul-Americana de Nações definiram ontem um plano de ação para dar forma ao grupo, numa cúpula animada pelos acordos de energia incentivados pela Venezuela e pelas reclamações dos empresários sobre os altos custos na região. Os presidentes, reunidos em Brasília, criaram um fórum para organizar as políticas comuns aos 12 países da comunidade, mas não chegaram a um acordo para estabelecer uma data para transformar a América do Sul em uma área de livre comércio, abolindo as barreiras à circulação de produtos.

A futura área de livre comércio sul-americana se baseará na convergência de acordos já existentes como o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (Casa), segundo o plano de ação firmado pelos presidentes. Não houve acordo sobre a criação de uma nova estrutura para desenvolver a comunidade, pela resistência de vários países em criar burocracias caras e pouco operacionais.

O encontro se dedicou principalmente a analisar como financiar melhorias na infra-estrutura regional, caracterizada pelas estradas em mau estado de conservação, pelas conexões aéreas escassas e por ferrovias antigas ou em desuso.

A Venezuela ofereceu o petróleo como fonte de renda. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva – que recebeu a secretaria da Casa do presidente do Peru, Alejandro Toledo –, apontou o fomento à agricultura como saída.

O principal animador da cúpula foi o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ele assinou acordos milionários de investimentos no petróleo com Lula e com o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, que serão canalizados pela estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA. Chávez ofereceu 5 bilhões de dólares para criar um banco de desenvolvimento sul-americano. O ministro venezuelano das Minas e Energia, Rafael Ramírez, ofereceu colocar o petróleo no centro da integração regional, e promoveu "sua troca por produtos e serviços para fomentar" os setores produtivos dos países latino-americanos.

Os presidentes ouviram a leitura de um relatório elaborado por representantes de 44 entidades bancárias, públicas e privadas sobre como financiar a construção de obras de grande. No relatório, os banqueiros recomendaram exportar para toda a América do Sul o modelo adotado no Brasil de parcerias entre as esferas pública e privada, para financiar os investimentos em infra-estrutura nos países que tenham poucos recursos.

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