Lula propõe verba de ricos contra aquecimento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a propor ontem, no programa Café com o Presidente, que os países ricos empreguem recursos para que os países em desenvolvimento possam ter os meios para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global.
Apelo
Europa quer ação global e pressiona a China
AFP
A União Europeia (UE) destacou ontem que a contribuição da China para a luta contra as mudanças climáticas é indispensável, ao mesmo tempo que estimulou todo o planeta a intensificar os esforços para combater o fenômeno. "Não se pode enfrentar o desafio do clima sem que a China adote um papel de líder e aceite sua responsabilidade", declarou o primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, presidente semestral da UE, ao fim de uma breve reunião de cúpula China-UE em Nanquim, leste do território chinês.
Reinfeldt também destacou que é necessário fazer mais para lutar contra o aquecimento global e não ultrapassar um aumento da temperatura de dois graus centígrados. "Pensamos até agora que as contribuições mundiais para reduzir (as emissões) não são suficientes para não ultrapassar um aumento limitado a dois graus centígrados", afirmou em uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
O premier chinês disse "a China dá grande importância à conferência de Copenhague" e que o país "está decidido a fazer avançar a conferência no bom caminho.
A China anunciou pela primeira vez na semana passada uma meta em números a respeito do aquecimento global, com o compromisso de reduzir a "intensidade carbónica" (emissões poluentes por unidade do PIB) entre 40% e 45% até 2020, na comparação com 2005.
Os grandes países em desenvolvimento, entre eles Brasil, China e a Índia, estão se preparando com os dentes afiados para a conferência sobre o clima em Copenhague, rejeitando desde já qualquer tentativa dos países industrializados de lhes impor obrigações.
Uma série de reuniões informais restritas hoje e amanhã em Copenhague com a ministra dinamarquesa do Clima, Connie Hedegaard, vai lhes permitir reafirmar o que consideram "não negociável" na perspectiva do futuro acordo.
Hedegaard afirmou ontem que seu governo "está consultando vários países" e que "opiniões diferentes estão sendo discutidas e testadas" com base em "diversas propostas". As negociações "só vão começar na próxima semana" na abertura da conferência, prevista para o dia 7 de dezembro", lembrou a ministra.
Representantes do Brasil, da China, da Índia, da África do Sul e do Sudão (presidente em exercício do G-77, a coalizão dos países em desenvolvimento) se reuniram sábado em Pequim para definir uma posição comum e intransigente, baseada em quatro pontos essenciais: rejeição a metas de redução obrigatórias de suas emissões de gases de efeito estufa, recusa a submeter suas políticas sobre o clima ao aval internacional se não forem financiadas pelos países industrializados, rejeição à definição de um nível máximo para o crescimento de suas emissões, e rejeição à imposição pelos países desenvolvidos de qualquer taxa sobre suas exportações em nome do clima.
A declaração de Pequim tem como objetivo prevenir desde já as propostas emitidas pela Presidência dinamarquesa e aprovadas pelo G-8 em julho passado na Itália, que incluem meta mundial de redução das emissões de gases de efeito estufa de 50% entre 1990 e 2050, com os países industrializados assumindo 80% desta meta.
A declaração de Pequim ainda reafirma o compromisso dos emergentes com o Protocolo de Kyoto, que expira no fim de 2012.
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Os países ricos devem financiar políticas sobre o clima nas nações em desenvolvimento?
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