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Cuba vai realizar uma reunião de cúpula de 116 países em desenvolvimento em duas semanas, mas o homem que durante décadas defendeu a causa dos países não-alinhados, Fidel Castro, não deve ser o anfitrião.

Diplomatas em Havana acham que Fidel, afastado do poder desde 31 de julho por causa de uma cirurgia intestinal, não terá condições de se reunir com os cerca de 40 a 50 chefes de Estado esperados na capital cubana para a Cúpula do Movimento Não-Alinhado, que ocorre de 11 a 16 de setembro.

O mais provável é que Fidel seja representado por seu irmão mais novo, Raul Castro, que ocupa interinamente o governo desde a internação do líder cubano.

- Ele foi aconselhado a não participar. Os médicos recomendaram fortemente que ele não se estresse - disse um diplomata asiático, sob anonimato.

Fidel, segundo diplomatas, pode até fazer uma rápida aparição na cúpula, caso se sinta bem, mas sem fazer seus longos e exaltados discursos.

- Quem será o rosto de Cuba na cúpula? Tem de ser Raúl - disse um diplomata europeu, lembrando que tudo estava programado para ser uma "festa de Fidel," que completou 80 anos em 13 de agosto.

A presidência do Movimento dos Não-Alinhados é uma chance para Cuba retomar um papel ativo no cenário internacional. O grupo foi criado em 1961, em Belgrado, por países do Terceiro Mundo que não queriam ser meros peões da Guerra Fria, e, por isso, rejeitavam a adesão a Washington ou a Moscou.

Desde o fim da Guerra Fria, a entidade luta para manter alguma relevância.

Havana sediou uma Cúpula dos Não-Alinhados em 1979, mas a presidência cubana na época foi manchada pelo apoio à invasão soviética no Afeganistão, apenas três meses depois da reunião.

Entre os líderes esperados em Havana neste ano estão os presidentes do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e do Paquistão, Pervez Musharraf, além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.

- A cúpula do Movimento dos Não-Alinhados em Havana é como o canto do cisne de Fidel - disse Julia Sweig, diretora do programa de Cuba do Conselho de Relações Exteriores, de Washington. - Em 1979, quando ele presidia o movimento, Cuba estava profundamente envolvida em movimentos de libertação na África e era em grande parte a voz internacional do Sul.

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