O líder da etnia curda no Iraque fez neste domingo a ameaça de separação em meio a uma disputa com o governo de Bagdá pela exibição da bandeira nacional iraquiana, que revela desavenças cada vez mais amargas.
Assim que o governo regional curdo proibiu o uso da bandeira iraquiana em edifícios públicos, o primeiro-ministro Nuri al-Maliki emitiu um comunicado no qual exigia a utilização do símbolo tricolor e insinuava que a bandeira dos curdos era ilegítima.
Massoud Barzani, presidente da região do Curdistão, disse a seu parlamento que a bandeira iraquiana era um símbolo da opressão que viveu seu povo.
- Se em algum momento nós, o povo curdo e o parlamento, consideramos que está dentro de nosso interesse declarar a independência, faremos isso, sem temer a nada - disse.
Barzani solicitou ao parlamento iraquiano adotar uma nova bandera.
Um lacônico comunicado emitido por Maliki, que não fez nenhuma referência direta aos curdos, respondeu: "A bandeira iraquiana é a única que deveria ser içada no Iraque".
Maliki é um árabe proveniente da da maioria muçulmana xiita.
Apesar de parecer insignificante, o simbolismo da disputa reflete uma amarga desavença entre árabes e curdos e é a segunda ameaça mais grave à sobrevivência do Iraque como um Estado unificado, depois do crescente conflito sectário entre árabes sunitas e xiitas.