O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, classificou nesta sexta-feira (12) a eleição do argentino Jorge Bergoglio a papa como uma "surpresa". O cardeal brasileiro também disse que "as surpresas continuam" em relação aos sinais de simplicidade que o papa Francisco tem demonstrado desde que se apresentou no balcão da Basílica de São Pedro.
"Temos motivos para ter esperança e alegria pela escolha do nome [papal], os gestos, sua apresentação ao público na noite da eleição e na missa de inauguração de seu pontificado", disse dom Odilo Scherer, que chegou em São Paulo nesta manhã.
Para o arcebispo de São Paulo, a surpresa da escolha de Bergoglio por parte da imprensa e de parte dos cardeais se deve ao perfil do argentino. Dom Odilo o definiu como um religioso "muito discreto, simples, mas muito sábio e grande pastor, um jesuíta com coração franciscano".
Scherer afirmou que o grande desafio de Francisco é a nova evangelização. "Há um desejo de renovação na igreja. O desafio é expressar o evangelho diante dos desafios sociais, políticos e econômicos atuais", disse.
Jornada Mundial da JuventudeO arcebispo de São Paulo revelou que convidou o papa para vir ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho, no Rio de Janeiro. Embora Francisco já tenha dito à presidente Dilma Rousseff que comparecerá ao evento, dom Odilo disse que a confirmação oficial do Vaticano pode acontecer no próximo domingo, que é o Dia Mundial da Juventude, como mais uma atitude simbólica do pontificado do papa argentino.
Favoritismo
Dom Odilo disse que não acompanhou o noticiário enquanto esteve em Roma. Portanto, não sabia que a imprensa o havia alçado a condição de favorito no conclave.
O cardeal brasileiro disse que somente após a eleição de Francisco procurou saber o que a imprensa noticiava sobre a sucessão papal. "Parecia cobertura de eleição política", afirmou. "Eu ri bastante" sobre seu suposto favoritismo.Questionado se seu nome tinha aparecido nos escrutínios do conclave, dom Odilo riu e desconversou.