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Imagem de radar obtido por satélite japonês mostra deformações de terreno em Léogâne, oeste da capital haitiana Porto Príncipe. | Nasa / JPL / Jaxa / METI
Imagem de radar obtido por satélite japonês mostra deformações de terreno em Léogâne, oeste da capital haitiana Porto Príncipe.| Foto: Nasa / JPL / Jaxa / METI

O terremoto de magnitude 7 que matou cerca de 200 mil haitianos no início deste ano não foi causado por deslocamento na falha geológica de Enriquillo-Plantain Garden, como os cientistas imaginavam. A verdadeira causa foi o colapso de múltiplas falhas, sendo que uma delas, mais profunda, nem era conhecida pelos geólogos. As conclusões foram publicadas no site da revista especializada "Nature Geoscience". A falha de Enriquillo é a "fronteira" entre a placa tectônica do Caribe e a placa Norte-Americana.

A crosta da Terra é constituída por cerca de uma dúzia de grandes placas tectônicas (ou litosféricas), delimitadas por grandes falhas e profundas fossas oceânicas. O movimento da camada mais externa da Terra, mesmo que sejam só poucos centímetros por ano, produz tensões que vão se acumulando em vários pontos. Os terremotos são efeitos desse processo geológico de acúmulo lento e liberação rápida de tensões entre as placas, quando as rochas atingem o limite de resistência e ocorre uma ruptura. O tamanho da área de ruptura, grande ou pequeno, determina se o evento será de menor intensidade (um mero abalo ou tremor de terra) ou um terremoto. Quanto maior a área de ruptura, maior a intensidade das vibrações emitidas.

Como o terremoto no Haiti, como agora se sabe, não envolveu deslizamento perto da superfície, mas na recém-descoberta "falha de Léogâne", mais profunda, o estudo sugere que o tremor não liberou toda a tensão geológica acumulada nos últimos dois séculos. Isso quer dizer que são muito prováveis outros terremotos com rupturas de superfície.

Os pesquisadores envolvidos no trabalho são do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa, da Agência de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, da Universidade do Texas em Austin e da Universidade de Nagoya (Japão). Eles utilizaram uma combinação de observações sismológicas, dados geológicos colhidos em campo e medidas obtidas por satélite para analisar a fonte do terremoto.

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