A guerra comercial do governo Trump com a China começou em 22 de março (depois do aumento das tarifas de aço e alumínio que atingiram principalmente outros países). As tarifas dos EUA e da China sobre as mercadorias de cada um, então, subiram repetidamente até o dia 18 de setembro, com ameaças de mais do mesmo até 1º de março deste ano.
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O efeito até agora tem sido bem diferente do que o presidente Trump havia prometido. As exportações de bens dos EUA para a China (excluindo serviços) caíram 26,3% de março a outubro, enquanto as importações norte-americanas da China aumentaram 36,5%.
Os dados do comércio dos EUA/China deveriam ser atualizados em 8 de janeiro, mas esse constrangimento potencial foi misericordiosamente adiado pela paralisação do governo do presidente Trump. No entanto, a Reuters, usando dados chineses, estima que o déficit comercial dos EUA com a China subiu 17% no ano passado.
Enquanto isso, a paralisação do governo americano (shutdown) é racionalizada por fantasiosas inverdades de Trump sobre pessoas e drogas que estariam “inundando a fronteira” a pé entre postos de controle, em vez de aviões, trens, navios, caminhões e carros (sem mencionar o excesso de vistos).
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Curiosamente, Trump esperou até que os republicanos tivessem perdido a Câmara para exigir mais bilhões pelo "muro" (como se o poder executivo tivesse escrito as leis).
Se o resultado final de disputas políticas em torno de um muro de fronteira for um fracasso quase tão grande quanto a guerra comercial do presidente Trump, como ele poderia esperar concorrer à reeleição no fracasso flagrante de seus dois problemas de campanha mais ruidosos? Mas pode não ser tarde demais para que Trump descarte discretamente suas cartas perdedoras e mude para jogos e problemas mais promissores.
*Alan Reynolds é economista e membro sênior do Cato Institute. Já foi diretor de pesquisa econômica do Instituto Hudson.
©2019 Foundation for Economic Education. Publicado com permissão. Original em inglês.