O Dalai Lala ignorou protestos chineses e viajou neste domingo (8) para uma remota cidade do Himalaia perto da fronteira com o Tibete para conduzir cinco dias de orações e ensinamentos a peregrinos budistas.
Milhares de pessoas de vilarejos pobres da região enfrentaram temperaturas abaixo de zero e ventos gelados para ter a rara oportunidade de ver de perto o líder espiritual tibetano. Monges tocaram címbalos e tradicionais trombetas tibetanas para receber o Dalai Lama, que sorria e cumprimentava a multidão.
A viagem para Tawang, cidade que tem laços fortes com o Tibete e que fica no coração da fronteira entre Índia e China, enfureceu Pequim e colocou num patamar ainda mais alto as fortes tensões entre as duas nações.
A China acusa o Dalai Lala de buscar a independência tibetana e tem se mostrado especialmente sensível aos protestos contra seu controle na região do Himalaia, que se seguiram às mortes ocorridas durante tumultos antigoverno, no ano passado.
O Dalai Lala disse que a acusação de Pequim de que sua viagem é contra a China "não tem fundamento". Ele disse que só procura promover os valores religiosos, a paz e a harmonia. "Minha visita aqui não é política", afirmou. Ele acrescentou que tem ligação forte com a região, pois foi sua primeira parada na Índia assim que fugiu do Tibete, já controlado pela China, há 50 anos. As informações são da Associated Press.