O embaixador da Síria na ONU (Organização das Nações Unidas), Bashar Jaafari, disse nesta terça-feira (30) que o regime de Bashar Assad é vítima de uma "estratégia internacional coordenada" para acusar o país de usar armas químicas para reprimir os rebeldes.
Nas últimas semanas, Estados Unidos, Israel e Reino Unido disseram que há probabilidades de o gás sarin ter sido usado em pequenas quantidades nos combates. O uso das armas foi a condição imposta pelo presidente americano, Barack Obama, para fazer uma intervenção militar.
Para Jaafari, as potências ocidentais e países como o Qatar a a Arábia Saudita pressionam o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para o envio de técnicos internacionais para a investigação da suspeita. Ontem, o chefe da organização voltou a pedir a Damasco a viagem dos especialistas.
O representante sírio também afirmou que terroristas lançaram um pó que deve ser um produto químico contra civis na cidade de Salaqeb, no norte do país. As vítimas do suposto ataque foram tratadas na Turquia o que, segundo ele, "faz parte de um cenário para incriminar o Exército sírio".
"Essa estratégia busca envolver o governo sírio sobre uma base falsa e desviar a atenção das acusações de Damasco contra a oposição".
O regime sírio diz que autoriza a entrada dos inspetores desde que avalie apenas a hipótese de uso de armas químicas em Aleppo, denunciada por ambos os lados em 19 de março. Para o regime, o ataque foi coordenado por rebeldes, enquanto a oposição acusa as forças leais a Assad.
Damasco afirma que os técnicos não podem investigar a suspeita das potências ocidentais por "uma questão de soberania nacional". O embaixador também afirma que França, Reino Unido e Estados Unidos não têm dados concretos sobre quando ou onde as tropas usaram o armamento.