Emblemático da rivalidade entre Estados Unidos e Cuba desde o rompimento de 1961, o embargo imposto pelo governo americano à ilha ganhou algumas brechas nos dois mandatos do democrata Barack Obama. As mudanças graduais foram estabelecidas em 2009 e 2011.
Antes, um cubano-americano com parentes na ilha tinha permissão de visitar Cuba uma vez a cada três anos. Hoje, se tiver um parente de até terceiro grau, pode ir quantas vezes quiser. Para um americano sem vínculos, basta se inscrever no programa "People to People", do governo americano, e alegar alguma razão cultural, educativa, esportiva, humanitária ou religiosa para receber a autorização.
Até 2011, a maior parte das viagens envolvia um terceiro país. Voava-se, por exemplo, para o México ou para as Bahamas e dali para Havana. Hoje 19 aeroportos americanos foram autorizados a ter voos charter direto (linhas irregulares) para Havana.
O número de americanos sem ascendência cubana que viaja para ilha saltou de menos de 30 mil por ano na década passada para 107 mil em 2013. As remessas, que durante o governo Bush foram limitadas a US$ 300 por trimestre e apenas para parentes imediatos, também foram relaxadas. Um visitante, que podia levar US$ 300 para a família entre 2003 e 2011, hoje pode levar até US$ 3.000.
O que a maioria quer
Pesquisas apontam por que Obama permitiu essa política menos restritiva. A maioria dos americanos defende mais diálogo com a ilha comunista, a retirada do país da lista de "nações que patrocinam o terrorismo" e até pedem um enviado especial para negociar com o regime castrista.
Cerca de 56% dos americanos defendem a normalização das relações com Cuba, número que sobe a 63% entre habitantes da Flórida, em pesquisa realizada em fevereiro deste ano pelo Atlantic Council, um centro de estudos.
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