De olho em Nova York após uma série de vitórias nas prévias para a nomeação democrata à disputa pela Casa Branca, o senador Bernie Sanders saiu vitorioso na reunião de eleitores do Wyoming. No estado rural, Sanders conquistou seu sétimo estado consecutivo.
Segundo as apurações do estado, Sanders teve 56% dos votos e levou ao menos sete delegados, contra seis de Hillary. A diminuição da diferença entre os pré-candidatos foi inócua, mas marcou mais uma vez o bom momento que vive o senador por Vermont na disputa. Sem contar os superdelegados (que têm direito a voto livre e pendem hoje para o apoio a Hillary), ela tem 1.304 delegados, contra 1.086 de Sanders.
Vitórias de Cruz e Sanders em Wisconsin dificultam nomeação de Trump e Hillary
Contrariando a lógica, as disputas dentro dos partidos para a nomeação dos candidatos que vão concorrer à Casa Branca em novembro ficam cada vez mais acirradas à medida que as primárias ocorrem. Leia mais.
Briga
Os democratas também entram na briga retórica à medida em que a diferença de delegados entre os dois na corrida pela nomeação democrata para a corrida à Casa Branca. Caciques do partido já temem que os dois dividam a legenda.
A onda de tensões começou após uma sequência de seis vitórias de Sanders em prévias de março e abril. Os dois pré-candidatos passaram a questionar a qualificação um do outro para chefiar a Casa Branca — e levantam, sobretudo, uma das suas maiores divergências de campanha: a afinidade da ex-secretária de Estado com os bilionários do ambiente corporativo.
Em um comício na quarta-feira (06), Sanders questionou o apoio de Hillary à guerra no Iraque, a acordos internacionais como o Transpacífico e o financiamento de sua campanha por doadores corporativos. Disse que ela não teria capacidade pelos laços com Wall Street, “entidade cuja ganância, imprudência e comportamento ilegal ajudaram a destruir nossa economia”. Ao Washington Post, no dia seguinte, manteve a postura de que ela “não é qualificada”, mas amansou o tom.
Trump ou Hillary: os dois ‘Brasis’ possíveis
“Em seu pior dia, ela é cem vezes melhor que Donald Trump ou Ted Cruz. Não é uma escolha muito difícil”, disse, respaldando Hillary caso ela saia vencedora nas primárias. Ele repetiu o discurso numa entrevista à NBC ontem.
Ataques
Embora Hillary ainda não tivesse dito explicitamente que seu rival não tinha as qualificações necessárias para ocupar o gabinete presidencial, respondeu com ataques a Sanders. Ela disse que a ofensiva do senador era “a marca de um pré-candidato desesperado”. Também passou a atacar a promessa de Sanders para desmontar os grandes bancos, um dos principais pilares da campanha do senador, e disse que ele já deixou de cumprir compromissos assumidos como congressista:
“É importante focarmos no que é produtivo para o povo americano. Não se deve fazer promessas que não se pode cumprir”, criticou ela.
A equipe de Hillary, em uma série de comunicados, foi mais agressiva: chamou Sanders de “baixo”, “irresponsável” e “candidato de tema único”, ao repreendê-lo pelas declarações de que ela não seria qualificada. Mas, ontem, ela retribuiu a declaração amenizada de Sanders, dizendo que prefere enfrentá-lo do que encarar Cruz ou Trump.
Após a vitória do senador nas prévias de Winsconsin, os pré-candidatos se preparam para as primárias de Nova York, em 19 de abril. Uma grande fatia de delegados será definida pela disputa no estado em que Hillary foi senadora por oito anos — e, por isso, é essencial a sua campanha. Já Sanders, embora senador por Vermont, nasceu no Brooklyn e tem usado sua origem como apelo para conquistar eleitores nova-iorquinos.
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