Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca em 2025, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) intensificou seu apelo para que os países-membros aumentem seus investimentos em defesa.
Segundo informações da Associated Press (AP), o secretário-geral da organização, Mark Rutte, liderou nesta quarta-feira (4) um movimento para pedir que os aliados europeus cumpram e até dobrem as metas de gastos militares estabelecidas em 2014, que são de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa.
Em coletiva, Rutte destacou que a que a aliança militar ocidental precisa mais do que nunca aumentar seus investimentos.
“Se você quer manter a dissuasão no nível atual, 2% não é o suficiente. [...] Podemos nos defender agora e ninguém deve tentar nos atacar. Mas quero que isso permaneça assim nos próximos 4 ou 5 anos”, disse.
O não cumprimento da meta estabelecida em 2014 foi alvo de críticas do presidente eleito Trump quando ainda estava em campanha. Em janeiro, durante um comício, Trump disse que se os membros da Otan não cumprissem a meta, os EUA, sob sua liderança, não iriam defende-los em caso de um ataque.
Além disso, Rutte apontou a necessidade de fortalecer a indústria de defesa europeia, incentivando a produção mais rápida e a preços mais acessíveis de equipamentos militares. “Estamos produzindo pouco a preços muito altos, e a entrega está muito lenta,” disse ele. Ele também ressaltou que, em muitos casos, os países estão comprando equipamentos de defesa de fornecedores fora da OTAN, como a Coreia do Sul, devido à incapacidade da indústria europeia de acompanhar a demanda.
O apelo de Rutte para o aumento de gastos com defesa também ocorre num contexto de novos planos de segurança da Otan, que possui, segundo a AP, um plano secreto para movimentar 300 mil homens ao flanco oriental da aliança em até 30 dias, com o objetivo de que estejam prontos para responder a qualquer ameaça que surja no Már Báltico ou no Ártico.