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O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (4) uma ordem executiva que visa frear a chegada de novos imigrantes pela fronteira com o México.
A iniciativa é vista como uma maneira do democrata angariar votos de eleitores que pressionam o atual governo para conter a crise migratória enfrentada no país.
A ordem possibilita ao governo americano fechar temporariamente a travessia quando determinado número de requerentes de asilo for atingido - 2.500 pessoas por dia. Atualmente, a média de detenções é de 4.200 diárias, segundo levantamento oficial de abril.
Além disso, os policiais estarão autorizados a expulsar estrangeiros que cruzarem a fronteira sem necessariamente ouvi-los. A regra atual diz que os imigrantes têm direito de apresentar solicitação formal às autoridades para entrada no país.
A forma de deportação deve variar de acordo com a nacionalidade do migrante ou do solicitante de asilo. Aqueles que são mexicanos ou cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela serão devolvidos diretamente ao México, seguindo critérios de acordos anteriores dos EUA com as autoridades mexicanas.
Por outro lado, aqueles que chegarem à fronteira procedentes de outras partes da América e de outros lugares, como Colômbia ou Equador, serão enviados de volta por meio de voos de deportação.
A assinatura da ordem executiva está programada para acontecer nesta tarde, em uma cerimônia na Casa Branca.
A medida surge seis meses antes das eleições gerais, nas quais Biden busca um segundo mandato.
A gestão da migração se tornou uma questão central para os eleitores, superando a economia e a inflação, de acordo com uma pesquisa da empresa Gallup, divulgada no final de abril.
Campanha de Trump reage
A campanha eleitoral do ex-presidente americano Donald Trump classificou como "anistia" a ordem executiva que o presidente democrata Joe Biden planeja assinar nesta terça para limitar os pedidos de asilo na fronteira como México, o que representa uma de suas medidas migratórias mais duras.
"Vamos ser claros: a ordem executiva de Joe Biden é anistia, não segurança na fronteira", disse Karoline Leavitt, secretária nacional de imprensa da campanha de Trump, em comunicado.
A campanha do magnata também voltou a afirmar que "os imigrantes ilegais de Biden estão devastando" os EUA e causaram "uma onda de crimes em todos os estados".
"A invasão da fronteira e o crime de imigração não vão parar até que o corrupto Joe Biden seja deportado da Casa Branca", diz a nota da campanha de Trump.