Cientistas conseguiram pela primeira vez medir a velocidade da evolução em larga escala nos mamíferos e mostraram que são necessárias 24 milhões de gerações para um animal do tamanho de um rato chegar ao de um elefante. A pesquisa, publicada nesta semana no periódico "Proceedings of the National Academy of Sciences", descreve os altos e baixos no tamanho dos mamíferos desde a extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos, e verificou que a evolução é rápida em encolhê-los, mas lenta em aumentá-los.
Liderada por Alistair Evans, da Universidade Monash, uma equipe de 20 biólogos e paleontólogos revelou que o ritmo na redução do tamanho dos mamíferos é muito maior do que o do aumento. São necessárias apenas 100 mil gerações para grandes encolhimentos, levanto para o nanismo, ocorrerem. Segundo Evans, um biólogo evolucionário, o estudo é único porque a maior parte das pesquisas anteriores se focou na chamada "microevolução", as pequenas mudanças que acontecem dentro de uma mesma espécie.
"Ao contrário, nos concentramos em mudanças de grande escala no tamanho dos corpos", conta. "Agora, podemos demonstrar que foram necessárias pelo menos 24 milhões de gerações para fazer a proverbial alteração de tamanho de um rato para um elefante, uma mudança maciça, mas também um tempo muito longo. Uma alteração menos dramática, como do tamanho de um coelho para o de um elefante, leva 10 milhões de gerações."
O estudo analisou a evolução de 28 diferentes grupos de mamíferos, incluindo elefantes, primatas e baleias, de vários continentes e bacias oceânicas, ao longo dos últimos 70 milhões de anos. As mudanças nos tamanhos foram acompanhadas em gerações ao invés de anos para permitir comparações entre espécies com diferentes expectativas de vida. Erich Fitzgerald, curador de paleontologia dos vertebrados no Museu Victoria e coautor da pesquisa, diz que as mudanças no tamanho das baleias ocorreu duas vezes mais rápido do que o ritmo dos animais terrestres.
"Isso se deu provavelmente porque é mais fácil ficar maior na água, pois ela ajuda a sustentar seu peso", avalia.
Evans conta ter ficado surpreso com a descoberta de que a diminuição do tamanho do corpo acontece dez vezes mais rápido do que seu aumento: "A enorme diferença no ritmo entre ficar menor e ficar maior é incrível. Nós certamente nunca esperamos que isso pudesse acontecer tão rápido."
Muitos animais em "miniatura", como mamutes pigmeus, hipopótamos anões e pequenos hominídeos viviam em ilhas, o que ajuda a explicar a diminuição de seu tamanho.
"Quando você fica menor, precisa de menos comida e pode se reproduzir mais rápido, o que realmente são vantagens em pequenas ilhas", explica Evans.
A pesquisa também ajuda na compreensão das condições que permitem que certos mamíferos tenham sucesso e cresçam cada vez mais, assim como as circunstâncias que reduzem seu tamanho e podem contribuir para que acabem extintos.
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