Reeleito para um novo mandato de seis anos em outubro passado, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deveria prestar juramento perante a Assembleia Nacional na próxima quinta-feira (10). Mas, faltando dois dias para a posse, tudo indica que ele não estará em condições físicas de assumir o cargo e que o debate entre a oposição e o governo sobre o futuro da Venezuela continuará.
Nessa segunda-feira (7), o ministro da Comunicação, Ernesto Villegas, informou que Chávez "está assimilando" o tratamento da insuficiência respiratória que sofreu por causa de uma infecção pulmonar e que ele está em uma "situação estacionária". A infecção foi consequência da cirurgia para a retirada de um tumor maligno na região pélvica, realizada no ultimo dia 11 de dezembro, em Cuba. É a quarta operação à qual Chávez se submete, desde que descobriu o câncer, ha 18 meses.
O comunicado oficial não faz menção à provável ausência de Chávez na data em que deveria assumir mais um mandato presidencial de seis anos. Mas critica "a guerra psicológica" que estaria sendo empreendida no exterior para debilitar o governo venezuelano durante a ausência do presidente. Chávez não é visto em público desde que embarcou para Havana, há mais de três semanas.
Em Caracas, o debate sobre o futuro do país acirrou-se, envolvendo não só o governo e a oposição, como também a Igreja Católica. Os bispos católicos venezuelanos alertaram sobre o que consideram um "grave risco" para a estabilidade do país e disseram que qualquer tentativa deanular a Constituição, para permitir ao presidente Hugo Chávez permanecer no poder, seria "moralmente inaceitável".