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O presidente americano, George W. Bush, vai defender uma ampla reformulação das leis de imigração dos Estados Unidos em um discurso em horário nobre que fará na segunda-feira. Há algumas semanas, o tema provocou enormes manifestações no país, enquanto uma lei a respeito tramita no Senado.

A Casa Branca anunciou o pronunciamento no dia em que um funcionário do Departamento de Defesa disse que o Pentágono considera a possibilidade de deslocar tropas e equipamentos militares para vigiar a fronteira com o México.

Bush apóia um programa que permitiria o trabalho temporário de imigrantes nos EUA, pelo qual enfrenta a oposição dos conservadores. No entanto, se de um lado o presidente defende um caminho para permitir que os ilegais se regularizem, de outro ele promete vigilância mais reforçada na fronteira.

A Casa Branca está pedindo que as principais redes de TV transmitam o discurso do Salão Oval, marcado para 20h da segunda-feira (21h em Brasília).

- O presidente vai apresentar sua proposta abrangente para a reforma da imigração - disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.

O debate mobiliza milhões de imigrantes e simpatizantes, que participam de manifestações e boicotes nacionais para pressionar o Senado a aprovar a lei que abre caminho para a regularização dos ilegais, estimados em cerca de doze milhões.

Mas a ira conservadora contra o programa de "trabalhadores convidados" pode ajudar a abalar ainda mais a base do apoio de Bush, que já enfrenta a pior popularidade de seus dois mandatos. Alguns conservadores vêem no programa uma espécie de anistia para os clandestinos - algo que Bush rejeita.

- A imigração é uma questão que divide os republicanos - disse o cientista político Stephen Wayne, da Universidade Georgetown. - O presidente não parece capaz de ganhar com isso, mas tem de tentar minimizar suas perdas.

Wayne disse que grupos empresariais defendem a proposta do trabalho temporário, mas muitos republicanos querem enfatizar a vigilância das fronteiras. Bush também espera que a iniciativa atraia eleitores hispânicos para o Partido Republicano, que tenta manter o controle do Congresso nas eleições parlamentares de novembro.

O Senado chegou nesta quinta-feira a um acordo para analisar um projeto amplo para a imigração, com trabalho temporário e vigilância da fronteira.

A Câmara já aprovou uma lei que reforça a segurança na fronteira e criminaliza os imigrantes ilegais e quem lhes der apoio, numa proposta que não prevê a existência de "trabalhadores convidados". Os dois projetos agora precisam ser fundidos.

Enquanto isso, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, discutiu no Pentágono a questão da fronteira com seu colega mexicano, general Gerardo Clemente Ricardo Vega. Os dois países compartilham 3.219 quilômetros de fronteira.

- Os governos dos EUA e do México continuam trabalhando juntos para controlar a fronteira e colaborar nesses importantes esforços - disse o porta-voz do Pentágono, almirante J.D. Gordon.

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