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O republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris fazem seu primeiro (e talvez único) debate nesta terça-feira
O republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris fazem seu primeiro (e talvez único) debate nesta terça-feira| Foto: EFE/Ting Shen/POOL

Na noite desta terça-feira (10), a partir das 22 horas (horário de Brasília), os candidatos republicano, Donald Trump, e democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, fazem seu primeiro debate, que talvez possa ser o único – não foi confirmado por enquanto nenhum outro encontro entre ambos além do que será realizado na Filadélfia pela ABC News, que o transmitirá no seu canal no YouTube.

Há vários ingredientes que tornam o debate importante. O primeiro, é claro, será ver as soluções que Trump e Kamala propõem para as principais preocupações da população americana, como imigração, economia e segurança.

O segundo é o fator inusitado de ter havido uma substituição do candidato governista de um debate para outro: o presidente Joe Biden foi tão mal no encontro com Trump em 27 de junho que teve início um processo no Partido Democrata para substituí-lo pela sua vice na corrida pela Casa Branca.

Um terceiro ponto ganhou importância nas últimas duas semanas: como a retirada desastrosa dos Estados Unidos do Afeganistão em 2021, primeiro ano da gestão Biden, será discutida no debate e que importância terá no resultado da eleição de 5 de novembro.

Trump já havia abordado a questão em comícios, entrevistas e no debate com Biden, mas ela ganhou ênfase a partir de 26 de agosto. Foi nessa data em 2021 que, durante a evacuação americana, um atentado terrorista no aeroporto de Cabul, reivindicado pelo Estado Islâmico, resultou na morte de 182 pessoas, sendo 13 militares dos Estados Unidos.

No último dia 26, Trump esteve no Cemitério Nacional de Arlington, na Virgínia, um dos locais onde estão enterrados militares americanos mortos em combate.

A visita gerou um grande bate-boca público. O republicano afirmou que foi ao cemitério a convite das famílias de dois fuzileiros navais mortos no atentado de 2021. No local, Trump fez fotos e gravou vídeos criticando Biden pela retirada do Afeganistão.

Segundo a NPR, um funcionário do cemitério tentou retirar Trump e sua equipe, alegando que atividades políticas são proibidas no local. Esse funcionário teria sido ofendido e empurrado, de acordo com relatos à emissora pública – porém, não teria prestado queixa sobre o incidente.

No dia seguinte, o Exército dos Estados Unidos divulgou nota afirmando que “a legislação federal proíbe campanhas políticas ou atividades relacionadas a eleições dentro dos Cemitérios Militares Nacionais do Exército”.

Trump afirmou que o incidente não passa de uma “história inventada pela camarada Kamala e seu esquadrão de desinformação”.

Na noite desta terça, o republicano e Kamala devem trocar acusações de responsabilidade pela retirada desastrosa do Afeganistão, a julgar por dois relatórios divulgados nesta segunda-feira (9).

Segundo informações da CNN, deputados republicanos da Câmara dos Estados Unidos apontaram no seu documento que Kamala trabalhou “em sintonia com o presidente Biden nos bastidores para retirar todas as tropas dos EUA”.

“A administração Biden-Harris enganou e, em alguns casos, mentiu diretamente para o povo americano em todas as etapas da retirada, desde antes da ordem de zerar [o contingente no Afeganistão] até hoje”, alegaram os parlamentares, que recomendaram a aprovação de resoluções condenando Biden, Kamala e outros altos funcionários da gestão democrata pela retirada.

O relatório dos deputados democratas, por sua vez, alega que a retirada começou a ser implementada na gestão Trump, que “falhou em planejar sua execução”.

O documento argumenta que a volta do Talibã a Cabul, alguns dias antes da saída americana, “mudou precipitadamente a situação em Cabul e provocou uma resposta dinâmica e sem precedentes do governo dos EUA que protegeu os americanos, nossos aliados e nossos interesses”.

A realidade, entretanto, contraria essa narrativa de “proteção” – o vexame de 2021 é comparado à também desastrosa retirada americana do Vietnã, na década de 1970 –, e a dúvida que fica é se o fantasma de três anos atrás será decisivo para o desempenho democrata nas urnas em novembro.

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