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reaproximação

Décadas de jogo sujo de ambos os lados marcam história de embaixada dos EUA em Cuba

Cidadãs norte-americanas posam para foto em frente à embaixada dos Estados Unidos em Havana, reaberta em julho | ALEXANDRE MENEGHINI/REUTERS
Cidadãs norte-americanas posam para foto em frente à embaixada dos Estados Unidos em Havana, reaberta em julho (Foto: ALEXANDRE MENEGHINI/REUTERS)

O edifício de sete andares na famosa orla do “Malecón”, em Havana, tem por décadas sido um marco da rivalidade mais duradoura da Guerra Fria.

Jogos de espionagem e truques sujos foram conduzidos por e contra autoridades dos Estados Unidos que trabalharam dentro da estrutura bege, sem nenhuma característica arquitetônica de destaque, embora esteja entre os prédios mais famosos de Havana.

O governo comunista de Cuba organiza protestos regulares em frente ao edifício e certa vez tentou invadi-lo para convertê-lo no Ministério da Pesca.

Agora, a embaixada dos EUA é um símbolo da nova e mais amigável relação entre Washington e Havana.

Construída em 1953, a embaixada funcionou em estreita colaboração com o presidente de Cuba à época, Fulgencio Batista, até ele ser deposto pelos revolucionários liderados por Fidel Castro, em 1959. 

Não se sabe quantas das tentativas de assassinato de Fidel Castro apoiadas pelos EUA -- que segundo Cuba foram mais de 600 -- foram planejadas no local.

Washington rompeu relações diplomáticas com o governo de Fidel Castro em 1961, três meses antes da tentativa de invasão fracassada de cubanos exilados armados pelos EUA à Baía dos Porcos, e o prédio permaneceu em sua maior parte desocupado até 1977, quando reabriu com a denominação de Seção de Interesses dos EUA.

Logo foi retomado o jogo sujo de espionagem da Guerra Fria.

“Tudo em Cuba está grampeado, até os cosqueiros”,  disse James Cason, diretor da missão norte-americana em Cuba entre 2002 e 2005.

Os norte-americanos também possuíam seus próprios espiões infiltrados, é claro.

“Não éramos um ninho de espiões sob nenhum aspecto, mas havia algumas pessoas lá que trabalhavam no setor de inteligência”, disse Wayne Smith, um ex-diplomata dos EUA que trabalhou na embaixada entre 1958 e 1961 e depois retornou em 1977.

Desde a histórica reaproximação entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, no fim do ano passado, as tensões da Guerra Fria foram significativamente reduzidas, e o antigo prédio no Malecón voltou a se tornar formalmente uma embaixada em 20 de julho, com o restabelecimento das relações diplomáticas.

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