O primeiro sequenciamento do genoma de um aborígene australiano, revelado esta quinta-feira por cientistas europeus, revelou que seus antepassados chegaram à Ásia há 70.000 anos, após deixarem a África, muito antes dos povos que colonizaram a Eurásia.
O sequenciamento, feito a partir de uma mecha de cabelo doado por um aborígene no começo do século XX, indica ainda que este povo pode ter chegado à Austrália há 50.000 anos. Seria, assim, uma das populações fora da África que habita a mesma terra há mais tempo no mundo.
"Os aborígenes da Austrália descendem dos primeiros exploradores humanos (...) e foram os primeiros humanos modernos a atravessar territórios desconhecidos na Ásia antes de se dirigir para a Austrália", explicou o professor Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, principal autor desta pesquisa. "Esta viagem extraordinária exigiu talentos excepcionais de sobrevivência e grande coragem", acrescentou, destacando que nesse período, os antepassados dos europeus e os asiáticos atuais ainda estavam na África ou no Oriente Médio, esperando para empreender a conquista da Eurásia.
Segundo os cientistas, cujo estudo será publicado na edição desta sexta-feira da revista Science, os antepassados dos aborígenes australianos provavelmente deixaram a África pelo menos 24.000 anos antes das tribos das quais descendem os europeus e asiáticos atuais.
Os cientistas puderam comparar o genoma do aborígene sequenciado com outros 79 genomas de asiáticos, europeus e africanos modernos.
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