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Decisão judicial a favor de policial gera onda de revolta em Ferguson

Em Los Angeles, manifestantes também protestaram contra a decisão do júri | Lucy Nicholson/Reuters
Em Los Angeles, manifestantes também protestaram contra a decisão do júri (Foto: Lucy Nicholson/Reuters)
Comerciantes de Ferguson passaram a terça-feira limpando as lojas destruídas |

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Comerciantes de Ferguson passaram a terça-feira limpando as lojas destruídas

O Departamento de Justiça americano continuará as investigações que podem indiciar o policial Darren Wilson, 28, de Ferguson (Missouri), inocentado por um grande júri na segunda-feira.

Wilson matou o jovem negro Michael Brown, 18, em agosto. A decisão dos jurados provocou uma onda de violência na madrugada de segunda para terça-feira.

Eric Holder, secretário de Justiça, disse que serão feitas duas investigações federais. "Há uma necessidade de restaurar a fé de muitos na Justiça. [...] Não aceitaremos protestos violentos. Temos de lembrar que os protestos que tiveram os resultados mais duradouros de nossa história foram pacíficos", disse.

Wilson disparou 12 tiros contra Brown, dos quais sete o acertaram, minutos após o rapaz roubar cigarros em uma loja de conveniência.

A decisão foi duramente atacada por líderes negros. "Quando um negro mata um negro, vai para a prisão, mas, quando um policial branco mata um negro, sai livre", disse o professor Michael Eric Dyson, da Universidade Georgetown.

Em Ferguson, cidade de 21 mil habitantes na região de Saint Louis, onde 67% da população é negra, distúrbios violentos explodiram logo após o veredicto, às 20h15 (0h15 de ontem em Brasília).

Cerca de mil pessoas se aglomeraram na avenida West Florissant, perto de onde Brown foi morto. Em minutos, um carro da polícia estava em chamas, depois de ter os vidros quebrados.

Aos 700 homens da Guarda Nacional enviados à cidade ontem foram acrescentados mais 1,5 mil.

Calma

A mãe de Brown, Lesley McSpadden, discursou de cima de um carro. "Eles sabem como esses tiros acertaram o meu filho?"

O pai, Michael Brown Sr., pediu calma aos manifestantes. "Temos de canalizar essa frustração para uma mudança positiva."

Mas dezenas de pessoas saquearam lojas e atearam fogo a elas na área mais pobre de Ferguson. Ao todo, 12 prédios foram queimados e 80 pessoas foram presas.

Protestos mais pacíficos aconteceram em Nova York, Washington, Los Angeles, Oakland e Seattle.

Entre as principais reclamações dos manifestantes está o fato de a investigação ser conduzida pelo promotor do condado de Saint Louis, Robert McCulloch, 62.

Seu pai, ex-policial, foi morto quando ele tinha 12 anos por um jovem negro, e sua mãe e seu irmão, além de um tio e sobrinhos, já trabalharam para a polícia local.

Em entrevista, McCulloch disse que os 12 jurados se reuniram 25 vezes e ouviram 60 testemunhas.Wilson não se pronunciou após a decisão.

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