No Haiti, a produção agrícola caiu para 25% da economia atual, em comparação com 40% uma década atrás, deixando o país mais dependente de alimentos importados. De acordo com o governo, hoje, 52% dos alimentos consumidos pelos haitianos vêm do exterior, comparado a 20% poucas décadas atrás.
O declínio agrícola remete principalmente a meados da década de 1980, quando o governo incentivou a urbanização, e a situação só piorou sob o embargo comercial durante a confusão política na década seguinte.
Quando as restrições comerciais foram aliviadas, o mercado foi inundado por produtos básicos baratos, como arroz dos EUA, aves dominicanas e leite (em pó) vindo da Europa.
Uma série de tempestades em 2008 destruiu ainda mais as fazendas, e tumultos causados pelo aumento do custo dos alimentos, devido a flutuações no mercado mundial, levaram os legisladores a tirar o primeiro-ministro do cargo.
Recentemente, porém, foram vistos sinais de uma possível recuperação. Em dezembro, o Banco Mundial aprovou US$ 50 milhões para projetos agrícolas, entre outros projetos encabeçados pelo ex-presidente americano Bill Clinton.
"Quando a agricultura cresce, o Produto Interno Bruto cresce", afirmou Diego Arias, economista especializado em agricultura que analisa o Haiti no Banco Mundial.
Produtos típicos do Haiti, como mangas, café e cacau, estão recebendo uma atenção expressiva no exterior. O café especial haitiano está sendo procurado em restaurantes de Nova York, Miami e outras cidades dos Estados Unidos, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Nestlé e a Federação Nacional de Produtores de Café da Colômbia anunciaram uma iniciativa de US$ 3 milhões para ajudar dez mil cafeicultores a replantar pés de café nos morros despojados e aumentar a produção, para consumo interno e exportação.
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