Mais de dez entidades de defesa dos imigrantes nos EUA lançaram na quarta-feira uma campanha para registrar 1 milhão de novos eleitores, para que sua causa ganhe peso político nas eleições legislativas de novembro.
Os organizadores também convocaram seus seguidores para que na próxima quarta-feira procurem políticos locais para conscientizá-los sobre a necessidade de barrar um projeto de lei que criminaliza os imigrantes clandestinos e as pessoas que os ajudam.
"Queremos uma reforma migratória ampla, que possa criar um caminho para a cidadania", disse a jornalistas o vice-presidente-executivo do Sindicato Internacional dos Empregados de Serviços, Eliseo Medina, integrante da aliança "Somos América".
O grupo busca a legalização de todos os imigrantes que estão nos EUA, estimados em mais de 11 milhões.
Para politizar o tema, a aliança convocou a jornada de conscientização exatamente na semana em que a reforma migratória volta a ser discutida no Senado.
"A idéia é transformar as passeatas em ação política direta", disse a diretora-executiva da Coalizão de Los Angeles pelos Direitos dos Imigrantes, Angélica Salas.
Os organizadores esperam delegações da Califórnia e de outros Estados para pressionar os políticos a favor do tema, que ganhou força desde que centenas de milhares de imigrantes, especialmente latinos, saíram às ruas de várias cidades norte-americanas para exigir seus direitos.
Mas uma das questões pendentes entre os ativistas para ampliar seu poder de ação é a falta de organização conjunta entre diferentes grupos.
Dois dias depois da jornada de "lobby" organizada pela "Somos América", por exemplo, outro grupo, o Movimento Latino USA, prepara protestos pelas ruas de Washington.
Os líderes de ambos os movimentos negam que tenham agendas diferentes e dizem estar trabalhando por uma melhor comunicação.
"Parte do que aprendemos é que temos de coordenar melhor em nível nacional com as nossas organizações que estão com a mesma meta que nós," disse o presidente da Coalizão Nacional de Imigração da Área Metropolitana de Washington, Jaime Contreras, que integra a "Somos América."
"Vamos fazer o possível para trabalharmos juntos," explicou, por sua vez, o coordenador do Movimento Latino USA, Juan José Gutiérrez.
A questão latina divide o Congresso dos EUA, onde muitos conservadores querem uma maior repressão aos empresários que contratam clandestinos. Esses deputados e senadores propõem também a construção de uma cerca na fronteira com o México.
Outros, como o presidente George W. Bush, buscam uma forma de dar cidadania à maioria dos que já estão nos EUA, reconhecendo a força econômica do trabalho dos clandestinos.
Os hispânicos são a principal minoria dos Estados Unidos, e sua presença é a que mais cresce nos últimos anos. Segundo dados oficiais divulgados na quarta-feira, 42,7 dos 296,4 milhões de habitantes dos EUA são de origem hispânica.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura