A Promotoria da Índia pediu hoje a pena de morte para quatro dos seis acusados do estupro coletivo de uma jovem de 23 anos dentro de um ônibus de Nova Deli, em dezembro. Após ser violentada, a vítima foi gravemente ferida e morreu depois de duas semanas de internação.
O caso causou forte comoção na Índia e pressão popular para a mudança das leis que punem a violência contra a mulher. O quinto adulto acusado foi encontrado morto na prisão, enquanto o sexto suspeito, que tinha 17 anos na época do crime, foi condenado a três anos de medidas socioeducativas.
Milhares de pessoas e ativistas de direitos humanos pedem que eles sejam condenados à pena de morte, mas a defesa quer a prisão perpétua. Os dois lados expuseram seus argumentos hoje.
Um dos advogados dos réus, AP Singh, que representou dois dos acusados, citou o líder da independência indiana, Mahatma Gandhi, para justificar a prisão perpétua. "Deus nos dá a vida e apenas ele pode tirá-la, não os tribunais feitos pelos homens".
Para Vivek Sharma, a pena de morte é "a exceção" à regra penal indiana. "Os juízes não deveriam ser nunca sedentos de sangue. Não se pode aplicar pena de morte porque as pessoas pedem isso".
O promotor especial Dayan Krishnan usou como argumento a comoção popular para dizer que "a sentença apropriada não pode ser menor que a pena de morte". "Não pode haver algo mais diabólico que uma menina indefesa posta sob tortura".
Krishnan disse que o crime foi cometido com uma "brutalidade extrema", lembrou que os quatro acusados introduziram barras de ferro na vagina da jovem e argumentou que as "pessoas perderão a fé na Justiça se não for aplicado o castigo mais duro".Condenação
A Índia prevê a pena de morte para alguns crimes, mas as execuções são pouco frequentes. Em 2004, um homem de 39 anos foi enforcado depois de ser considerado culpado pelo estupro e assassinato de uma adolescente de 14 anos.
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