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Julgamento

Defesa diz que terrorista desobedecia à Al Qaeda

Washington – Depois de confessar que tinha a missão de jogar um avião contra a Casa Branca, Zacarias Moussaoui, o único julgado nos Estados Unidos pelos atentados de 11 de setembro de 2001, violou a disciplina da Al Qaeda em várias ocasiões, segundo o testemunho escrito de um membro da organização terrorista, apresentado ontem.

O julgamento de Moussaoui tomou novo rumo. O acusado reconheceu, na sessão de segunda-feira, que pelos planos iniciais ele deveria ter lançado um avião contra a Casa Branca no 11 de setembro. A defesa apresentou ontem o testemunho escrito de Walid bin Attash, considerado um dos responsáveis pelo atentado com explosivos contra o destróier americano USS Cole, em 2000.

Morreram 17 marinheiros e o navio esteve a ponto de afundar. Com o testemunho, os advogados de Moussaoui querem demonstrar que ele não fez parte da organização dos atentados de 2001 nos Estados Unidos.

Walid bin Attash conta no documento que, em 2000, quando os dois estavam na Malásia, Moussaoui violava a disciplina e as medidas de segurança da Al Qaeda. Além disso, telefonava para ele diariamente, o que só devia fazer em caso de emergência. Bin Attash se viu obrigado a apagar o número de seu telefone celular.

O testemunho é reforçado pela declaração escrita de outro suposto membro da Al Qaeda, Khalid Shaikh Mohammed, lido segunda-feira para o júri. De acordo com Mohammed, Moussaoui seria utilizado numa segunda onda de atentados. Em seu testemunho, de 58 páginas e fruto dos interrogatórios a que foi submetido pelo governo, Mohammed afirmou que considerava Moussaoui muito falador e com excesso de autoconfiança.

Por último, revelou que o avião seqüestrado que caiu num campo da Pensilvânia em 11 de setembro de 2001 tinha como destino o Capitólio. Outros dois derrubaram as Torres Gêmeas e um quarto caiu no Pentágono.

As duas declarações contrastam com as próprias revelações feitas na segunda-feira por Moussaoui, no 11.º dia do julgamento. Moussaoui, francês de origem marroquina, disse que era um dos pilotos que deveriam lançar um avião contra a Casa Branca como parte da ofensiva terrorista naquele dia e que conhecia os planos do atentado ao World Trade Center.

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