Durante esta terça-feira (28), a defesa e a acusação iniciaram a apresentação perante o tribunal de Nova York de suas alegações finais no julgamento criminal do ex-presidente dos EUA Donald Trump (2017-2021).
O foco deste julgamento são as 34 acusações de falsificação de registros empresariais relacionadas a um suposto pagamento em dinheiro que teria sido feito por Trump a ex-atriz pornô Stormy Daniels, para comprar o seu silêncio sobre um suposto relacionamento que eles teriam tido em 2006. O ex-presidente nega tal caso e já se declarou inocente das acusações de fraude.
Durante sua apresentação, o advogado de Trump, Todd Blanche, concentrou-se em desmentir a testemunha-chave da acusação, o ex-advogado de Trump Michael Cohen, que já testemunhou no caso.
Blanche questionou a credibilidade de Cohen, apontando para momentos em que este admitiu ter mentido sob juramento. Ele também citou o fato de Cohen ter admitido que roubou a Trump Organization e apresentou uma lista com dez razões pelas quais o júri deveria ter “dúvidas razoáveis” quanto as falas do ex-advogado perante o tribunal.
"Você não pode condenar alguém com base nas palavras de Michael Cohen", disse Blanche aos jurados.
Por sua vez, a acusação, liderada pelo promotor Joshua Steinglass, enfatizou que a preocupação de Trump, ao saber do vazamento do suposto caso com Daniels, “não era com sua família, mas sim com a eleição” de 2016. Steinglass argumentou que o suposto pagamento efetuado pelo silêncio de Stormy Daniels, ocorrido dez anos após o suposto encontro entre os dois, “foi uma manobra calculada para proteger” a campanha presidencial de Trump.
Steinglass também enfatizou a “consistência” ao longo dos anos do relato de Stormy Daniels sobre o suposto caso com Trump, e também a “descrição detalhada” que ela deu durante seu testemunho do encontro que teve com o ex-presidente americano. Além disso, o promotor destacou também a “raiva compreensível” de Cohen em relação a Trump, por ter sido, segundo ele, o “único a pagar o preço” no caso.
O tribunal segue em sessão em Nova York, com a acusação apresentando as últimas partes de suas alegações finais.
Após a conclusão dessas alegações finais, o juiz Juan Merchan enfim deixará a cargo dos jurados a decisão sobre se Trump é culpado ou inocente, algo que é esperado para ocorrer já nesta quarta-feira (29).
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião