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A Argentina registrou um déficit comercial de US$ 649 milhões em julho, 34% a mais do que o saldo negativo obtido no mesmo mês de 2022, um resultado que continua mostrando o impacto da seca que o país sofreu nas suas exportações agrícolas.
Este saldo é explicado por uma queda nas exportações, principalmente de produtos agrícolas, e uma contração nas importações, operações que o governo restringiu desde julho de 2022.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), o volume de intercâmbio comercial (exportações mais importações) caiu 20,7% em julho, para um total de US$ 12,769 bilhões.
Segundo os dados oficiais, as exportações da Argentina em julho totalizaram US$ 6,06 bilhões, 22,4% a menos do que no mesmo mês de 2022.
Essa queda se deveu principalmente à queda nas vendas de produtos primários (-41,3%) e manufaturados de origem agrícola (-26,1%), evidenciando, pelo sétimo mês consecutivo, o forte impacto que a seca teve no comércio exterior da Argentina, um dos maiores produtores e exportadores globais de grãos e derivados.
Enquanto isso, as importações totalizaram US$ 6,709 bilhões, representando uma queda de 19,1% em relação ao ano anterior.
Nos primeiros sete meses do ano, a Argentina acumulou um déficit comercial de US$ 5,142 bilhões, em comparação com um saldo positivo de US$ 2,493 bilhões no mesmo período de 2022, com exportações entre janeiro e julho de 2023 no valor de US$ 39,534 bilhões (-24,2% interanual) e importações de US$ 44,676 bilhões (-10,1% no intervalo de 12 meses).
A Argentina registrou um superávit comercial de US$ 6,923 bilhões no ano passado, uma queda de 53% em relação ao saldo positivo alcançado em 2021.
Afetado pela escassez de reservas monetárias, o país sul-americano restringiu o acesso a dólares para o pagamento de importações desde o final de junho de 2022, enquanto o governo busca incentivar as exportações em uma tentativa de aumentar as entradas de moeda estrangeira.