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Quantas pessoas morreram tragadas pelos tsunamis no Chile? A pergunta é difícil de responder até para o chefe do Serviço Médico Legal (SML) chileno, Patricio Bustos.

"A cifra de desaparecidos é muito difícil de determinar. Pode demorar muito tempo", ele disse à Reuters, por telefone, nesta sexta-feira, desde a região mais afetada pelos tsunamis de sábado, na costa central do país.

Bustos citou como exemplo centenas de pessoas que, segundo testemunhas, acampavam em uma ilha.

O trabalho do SML é crucial agora que o governo decidiu informar somente os mortos já identificados, 276 até o momento. Depois da tragédia, o número oficial de vítimas, inclusive as não identificadas, chegou a 802.

O diretor do SML disse que sua equipe trabalha na identificação de mais cadáveres, mas não disse quantos. Outros, afirmou, podem nunca mais aparecer. "Entramos em uma etapa com menos vítimas, mas com mais dificuldades."

Os legistas chilenos, que ajudaram a identificar restos de desaparecidos durante a ditadura de Augusto Pinochet, usaram inicialmente as impressões digitais. Com a degradação dos cadáveres que começaram a ser devolvidos pelas ondas, a identificação está sendo feita por arcadas dentárias e DNA. Para agilizar o trabalho, as autópsias foram suspensas.

De acordo com Bustos, corpos não reclamados serão conservados durante algum tempo em câmaras frigoríficas. "Se no prazo de seis meses ou um ano continuarem sem ser identificados, vamos traçar um perfil genético e vamos enterrar um a um, com um número", explicou. "No Chile não há valas comuns, nem haverá."

Equipes forenses de outros países, como Argentina, Espanha, Estados Unidos e Panamá, ofereceram sua ajuda. O Serviço Médico Legal chileno, que colaborou com a identificação de corpos após o tsunami de 2004 no Sudeste Asiático, avalia se precisará da colaboração externa.

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