Ex-primeira-dama Michelle Obama fala durante a noite de abertura da Convenção Nacional Democrata, em 17 de agosto de 2020| Foto: Chris Delmas/AFP
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Buscando passar uma mensagem de união entre diferentes espectros políticos para lograr a saída do presidente Donald Trump da Casa Branca, a Convenção Nacional do Partido Democrata teve início nesta segunda-feira (17), de maneira nada usual. Em vez da grande festa em um ginásio lotado, com músicas, apresentações e discursos, o partido optou por uma convenção totalmente online, em que cada aparição foi previamente gravada em isolamento por causa da pandemia de Covid-19.

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Durante duas horas, os democratas se esforçaram para mostrar que representam um amplo espectro ideológico cujo objetivo principal é derrotar Trump. Isso ficou evidente nos discursos de Bernie Sanders, a quem foi dada a responsabilidade de unir a ala progressista mais radical ao centro democrata, e de republicanos anti-Trump, como o ex-governador de Ohio, John Kasich.

"Sou e fui um republicano a vida inteira, mas esse apego ocupa o segundo lugar em relação à minha responsabilidade para com meu país", disse Kasich, que não apoiou a campanha de Trump em 2016. "É por isso que escolhi aparecer nesta convenção. Em tempos normais, algo assim provavelmente nunca aconteceria, mas estes não são tempos normais".

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Sanders prometeu trabalhar "até com conservadores" para derrotar o "autoritarismo" de Trump. A posição do senador independente, que teve destaque na programação desta segunda, marca um claro contraste com sua postura de 2016, quando questionou nos bastidores a legitimidade da indicação de Hillary Clinton.

Vários temas foram abordados para atacar o presidente republicano, retratando-o como uma ameaça à democracia, à saúde da população e à economia americana, além de ter uma postura divisiva. A pandemia de Covid-19 e a morte do afroamericano George Floyd por um policial branco foram os assuntos mais explorados para apresentar Trump como um grande risco ao país.

O encerramento da primeira noite de convenção ficou por conta da ex-primeira-dama Michelle Obama, que foi dura em suas críticas ao atual morador da Casa Branca. Em tom profundamente sério, ela disse: "Se você acha que as coisas não podem piorar, confie em mim, elas podem e irão se não fizermos uma mudança nesta eleição. Se temos alguma esperança de acabar com este caos, temos que votar em Joe Biden como se nossas vidas dependessem disso".

"Donald Trump é o presidente errado para nosso país", continuou Michelle, dizendo que o republicano tem "uma total e absoluta falta de empatia", que mandou a polícia usar "spray de pimenta e balas de borracha" contra "manifestantes pacíficos" e que ele apoia os supremacistas brancos. Ela concluiu falando que essas atitudes de Trump não revelam opiniões políticas, são questões de "caráter".

O tom anti-Trump e a favor de uma unificação, porém, deixou pouco espaço para a apresentação de propostas da campanha democrata nesta primeira noite de convenção.

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