Os democratas intensificaram na quinta-feira a pressão para que George W. Bush deixe de mandar mais tropas ao Iraque e o presidente advertiu o Congresso contra medidas que afetem a estratégia militar.
O deputado John Murtha, crítico da guerra e que preside o painel da Câmara que supervisiona os gastos militares, disse que pretende restringir o financiamento da guerra de maneira a evitar o acréscimo de 21.500 soldados. O líder democrata no Senado, Harry Reid, programou uma nova votação para confrontar a política de Bush para o Iraque.
As manobras políticas acontecem no momento em que uma nova pesquisa mostra mais queda no apoio à guerra, com 53 por cento dos norte-americanos achando que os EUA deveriam levar as tropas de volta para casa o mais rápido possível. Isso representa aumento de cinco pontos percentuais em um mês e o maior índice desde o começo da guerra.
Em declarações em Washington, Bush advertiu os legisladores contra ações que prejudiquem seu financiamento de 93,4 bilhões de dólares para as tropas.
``Nossos homens e mulheres em uniformes contam com seus líderes eleitos para fornecer o apoio que precisam para cumprir sua missão'', disse.
``Republicanos e democratas têm a responsabilidade de dar os recursos que nossas tropas precisam.''
Com a oposição à guerra no Iraque começando a se aprofundar no Congresso, os democratas que agora controlam a Câmara e o Senado tentam usar o poder para diminuir o envolvimento militar dos EUA, ao mesmo tempo em que fornecem financiamento aos soldados que já estão no Iraque.
Murtha espera enfrentar a guerra no Iraque, de 4 anos, colocando quatro condições para a liberação de fundos de combate até 30 de setembro. ``Estamos tentando forçar uma retirada não por meio do corte de dinheiro, mas redirecionando o dinheiro'', disse o democrata da Pensilvânia.
O Pentágono terá que garantir que as tropas mandadas ao Iraque estão ``totalmente prontas para combate'', com treinamento e equipamento. As tropas precisam passar pelo menos um ano em casa entre viagens de combate. As missões não podem durar mais de um ano e o projeto também proíbe a extensão forçada de períodos de serviço.
``Eles não poderão continuar. Eles não poderão realizar o envio. Eles não terão equipamento, não terão o treinamento e não poderão trabalhar'', disse Murtha.
SENADO
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, democrata da Califórnia, disse a um pequeno grupo de repórteres que ainda não foi tomada uma decisão final sobre a legislação, segundo a edição desta sexta-feira do jornal The Washington Post. Mas ela rejeitou medidas de Murtha, como as exigências de descanso e treinamento, disse o jornal.
Pelosi endossou uma lei exigindo que Bush tenha que pedir autorização do Congresso antes de um ataque militar contra o Irã, disse o Post.
John Boehner, líder da minoria republicana da Câmara, criticou as propostas de Murtha.
``Enquanto tropas americanas combatem terroristas radicais islâmicos a milhares de quilômetros de distância, é impensável que o Congresso dos EUA movimente-se para desacreditar sua missão, cortar seus reforços e negar-lhes os recursos que precisam para ter sucesso e voltar para casa em segurança'', disse Boehner.
A Câmara deve aprovar nesta sexta-feira uma resolução contra o envio de mais tropas ao Iraque. A medida não força Bush a agir, já que o Senado não conseguiu levar o tema a debate.
Reid anunciou que marcou uma votação no Senado no sábado, o que é incomum, sobre o início do debate da resolução.
Os republicanos do Senado dizem que continuarão fazendo oposição aos esforços dos democratas, a não ser que sejam permitidas votações de suas propostas.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia