Washington, 29 out (EFE).- Diversos líderes democratas disseram hoje ter certeza de que seu partido sairá vitorioso das próximas eleições legislativas, devido à "insatisfação" com o presidente americano, George W. Bush.
"A insatisfação do povo americano com a política de Bush nos dará a vitória", disse o presidente da campanha eleitoral dos democratas para o Senado, Charles Schumer.
O responsável pelo bom andamento da campanha democrata nas eleições que acontecerão em 7 de novembro de 2006 se mostrou muito confiante, postura que as pesquisas reforçam.
Nessas eleições, os americanos renovarão totalmente a Câmara de Representantes e um terço do Senado. Além disso, escolherão governadores em 36 dos 50 estados do país.
Em declarações à rede de televisão americana "Fox News", Schumer ressaltou que tudo "fica cada vez melhor" com o passar das semanas.
Também disse que nenhum candidato usa o nome de Bush durante seus comícios. "Eles fogem dele", declarou.
"Estas eleições estão se transformando em um plebiscito sobre Bush e suas políticas fracassadas tanto no exterior como em casa", manifestou Schumer.
Por sua vez, em declarações à "CNN", o senador democrata Joseph Biden disse que os republicanos conduziram o país a "um buraco profundo", ao passo que o candidato democrata ao Senado pelo Tennessee, Harold Ford, ressaltou que as últimas pesquisas indicam uma vitória de seu partido.
Ford, que falou para a "Fox", disse que as questões da Guerra do Iraque e dos impostos - os republicanos afirmam que os democratas aumentarão as taxas - são "justamente" as que lhes darão a vitória, porque são os temas onde os republicanos falharam.
Ford também tratou de defender sua imagem, deteriorada por um anúncio do Comitê Nacional Republicano no qual uma mulher aparentemente nua - seu corpo só é mostrado dos ombros para cima - aparece dizendo: "Conheci Harold numa festa da Playboy".
O candidato democrata classificou a propaganda como "indecente", "desnecessária" e "desprezível".
A utilização de propagandas eleitorais com temas escandalosos relacionados ao passado dos candidatos estão dando o tom desta campanha eleitoral.
Outro exemplo é o da disputa pelo Senado na Virgínia, onde a campanha do candidato republicano, George Allen, se dedicou à publicação de trechos de livros escritos por seu inimigo político, James Webb, nos quais este descreve, por exemplo, uma cena de sexo oral entre um pai e seu filho de 4 anos.
As palavras dos democratas são sustentadas pela última pesquisa publicada há dez dias pelo jornal "USA Today".
Os resultados da sondagem conjunta do jornal e do instituto Gallup apontam para uma vantagem de 23 pontos da oposição democrata em cada um dos grupos de entrevistados, os possíveis eleitores registrados e adultos.
A diferença é mais que duas vezes maior que a que os republicanos tinham um mês antes de obter o controle do Congresso em 1994, bem como a maior vantagem dos democratas entre os eleitores registrados desde 1978.
Quase três em cada dez pessoas registradas para votar disseram que seu representante legislativo não merece a reeleição.
Nesta sexta-feira, o próprio presidente do Comitê Nacional Democrata, Howard Dean, se mostrou confiante na vitória devido ao desgaste republicano e ao "desânimo" reinante nas fileiras do partido adversário.
Se somam a isso as declarações recentes do presidente do Comitê Nacional Republicano, Ken Mehlman, que afirmou: "Os democratas são espertos e aprenderam conosco".
Mehlman também se mostrou convencido de que eles mesmos tinham aprendido com o que os democratas fizeram em 1998 e 2000.
Diante deste aparente avanço, os republicanos lançaram Bush na campanha, já que, após várias semanas participando apenas de atos de arrecadação de fundos, foi pela primeira vez a um comício neste sábado.
Até a próxima quinta-feira, o presidente deve apoiar os republicanos com sua presença em diferentes atos eleitorais que acontecerão no Texas, em Montana, em Nevada e na Geórgia. EFE