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EUA

Democratas inovam com debate interativo via Youtube

Os pré-candidatos democratas às eleições presidenciais dos Estados Unidos participaram na segunda-feira (23) de um histórico debate na CNN, no qual o público formulou perguntas por meio do site YouTube. Ao contrário do que aconteceu nos três debates anteriores, os aspirantes democratas à Casa Branca Hillary Clinton, Barack Obama, John Edwards, Bill Richardson, John Biden, Christopher Dodd, Mike Gravel e Dennis Kucinich responderam a perguntas feitas principalmente por jovens americanos sem muita experiência política.

Esta foi a primeira vez na história das eleições americanas que os candidatos responderam a dúvidas de pessoas comuns sem jornalistas nem analistas controlando o debate. Para o editor de política da CNN, Sam Feist, "é isso o que faz este debate: personaliza as perguntas e as respostas de uma maneira que os jornalistas não conseguiriam fazer". Além disso, segundo os diretores do programa, há perguntas que os jornalistas e os principais meios de comunicação nunca fariam em um debate presidencial.

Nas últimas semanas, cerca de 3 mil vídeos com perguntas foram enviados ao "YouTube". Destes, 20 foram selecionados pelos editores da CNN. O debate foi patrocinado pela rede de televisão "CNN" e pelo "YouTube" e apresentado pelo jornalista Anderson Cooper. Foram duas horas de perguntas e respostas na Academia Militar Citadel, em Charleston, na Carolina do Sul.

Entre as questões abordadas estavam o racismo, o casamento homossexual, o salário mínimo, a Guerra do Iraque e a possibilidade de diálogo com governantes antagônicos como o presidente de Cuba, Fidel Castro, e o da Venezuela, Hugo Chávez.

Perguntas sem cerimônia

"E aí?", saudou o primeiro internauta, em uma descontraída gravação. Em um comovente vídeo, a mãe de um jovem que estaria estacionado no Iraque perguntou aos pré-candidatos: "quantos soldados mais devem morrer, enquanto estes jogos políticos continuarem no nosso governo?".

"Precisamos fixar um cronograma para começar a trazer as tropas para casa", respondeu Hillary Clinton. "Nosso momento de perguntar quando vamos deixar o Iraque era antes de nos metermos lá", rebateu Obama, lembrando do voto da ex-primeira-dama em 2002, que apoiou a guerra no Iraque.

Outro vídeo era de um campo de refugiados em Darfur. Três pessoas pediram aos pré-candidatos que se imaginassem sendo pais de crianças refugiadas. O senador Joseph Biden se declarou partidário de enviar tropas a Darfur para acabar com a guerra civil no Sudão. Mas Clinton opinou que isso seria impossível, num momento em que grande parte da força militar dos Estados Unidos está no Iraque.

Outra pessoa questionou se os afro-americanos vão se recuperar, algum dia, da escravidão, enquanto duas mulheres questionavam: "vocês vão deixar que nos casemos... uma com a outra?". O governador do estado do Novo México, Bill Richardson, que quer ser o primeiro hispânico a disputar a Presidência dos Estados Unidos, prometeu defender os direitos dos homossexuais. Já o senador Christopher Dodd afirmou que seu objetivo é conseguir a união de todos os americanos.

Como era de se esperar, os candidatos democratas criticaram o presidente dos EUA, George W. Bush, e a Guerra do Iraque. Clinton rejeitou o termo "liberal" aplicado aos membros de seu partido, como equivalente a "esquerdista" e disse que prefere ser chamada de progressista. "Tem uma significação muito mais americana", disse ela.

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