Surfando na onda de rejeição ao presidente republicano George W. Bush, o Partido Democrata dos EUA deve obter na eleição de terça-feira uma das maiorias parlamentares mais expressivas das últimas décadas, segundo as pesquisas.
A maioria democrata na Câmara e no Senado será importante para que o candidato a presidente Barack Obama possa, se for eleito, aprovar promessas de campanha. Caso obtenha uma bancada maior do que 60 senadores - algo que as pesquisas mostram ser plausível -, o Partido Democrata poderá também impedir obstruções regimentais dos republicanos, o que há três décadas não acontece.
Estão em jogo na terça-feira todas as 435 vagas da Câmara e 35 das 100 do Senado. A bancada democrata atualmente controla 51 das 100 cadeiras do Senado e 235 das 435 da Câmara.
Num próximo governo, o partido deve se empenhar em retirar as tropas do Iraque, reverter benefícios fiscais concedidos aos mais ricos pelo governo Bush e adotar medidas contra a recessão.
Mas o déficit público recorde e a crise econômica devem limitar ou adiar projetos que representem grandes gastos, especialmente na saúde, educação e busca por energias renováveis.
"Nada disso será fácil. Não vai acontecer da noite para o dia. Mas acredito que possamos fazer tudo isso, porque acredito na América", disse Obama no programa semanal de rádio do seu partido.
Mesmo que os democratas fiquem aquém da bancada de 60 senadores, eles acreditam que poderão cooptar republicanos moderados. "Com 56, 57 ou 58 (senadores), poderemos fazer muita coisa", disse o senador Charles Schumer, presidente do Comitê Democrata de Campanha ao Senado.
No outro lado do Capitólio, a bancada democrata na Câmara pode crescer em até 30 deputados, segundo analistas. Seria a maior maioria democrata na Casa desde meados de década de 1980.
Se o republicano John McCain contrariar as pesquisas e vencer, os democratas terão de fazer acordos com ele, ou então enfrentarão vetos presidenciais --a exemplo do que já aconteceu no governo Bush em questões como impostos e guerras.
Os democratas tiraram dos republicanos o controle do Congresso na eleição de 2006. Mas os republicanos conseguiram obstruir grande parte da pauta democrata nos últimos dois anos no Senado.
Os candidatos republicanos ao Congresso têm sido prejudicados pela baixa popularidade de Bush e pela incapacidade de McCain em reter Estados que habitualmente apóiam o Partido Republicano.
O descontentamento popular com a guerra do Iraque e a expressiva arrecadação eleitoral dos democratas também afeta o desempenho dos republicanos.
"O rosto do nosso partido é um presidente com taxa de aprovação de 25 por cento", disse um assessor partidário republicano. "Temos duas guerras, e a economia está fazendo água", resumiu.
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