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Estados Unidos

Democratas exibem vídeos inéditos da invasão ao Capitólio em julgamento do impeachment

Durante julgamento do impeachment de Donald Trump, democratas exibiram vídeos inéditos sobre a invasão ao Capitólio (Foto: Reprodução / CSPAN)

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Os promotores do impeachment do ex-presidente americano Donald Trump exibiram nesta quarta-feira (10) vídeos inéditos dos tumultos no Capitólio dos EUA no dia 6 de janeiro e argumentaram no Senado americano que Trump deve ser condenado por ter incitado os ataques.

Neste primeiro dia do julgamento, os autores do impeachment começaram a apresentar os seus argumentos no Senado americano. Na terça-feira (9), o Senado aprovou a abertura do processo de impeachment contra Trump, mesmo ele já tendo deixado a Casa Branca. Mesmo assim, o resultado da votação sobre a constitucionalidade do processo indica que o republicano terá apoio suficiente para ser absolvido no julgamento.

Os promotores têm dois dias para apresentar os seus argumentos e convencer os parlamentares de que Trump foi responsável por incitar a multidão que invadiu o Congresso americano. Em seguida, os advogados do ex-presidente terão dois dias para apresentar sua defesa.

Vídeos inéditos e gravações de comunicações policiais apresentados nesta tarde recontaram como foi a invasão ao Capitólio no dia em que os parlamentares estavam reunidos para certificar o resultado da eleição presidencial americana. As imagens das câmeras de segurança do Capitólio mostram como os parlamentares escaparam e fizeram barricadas para se proteger da multidão que invadiu a sede do Congresso americano.

Antes de mostrar as imagens, os promotores exibiram tuítes de Trump publicados desde julho de 2020 para argumentar que o ex-presidente começou a incitar seus apoiadores a tentar derrubar os resultados das eleições desde muito antes dos ataques ao Capitólio. Eles ainda argumentaram que o ex-presidente tinha o poder para parar os atos de violência enquanto eles ocorriam, mas não o fez.

Um vídeo inédito mostrou o vice-presidente Mike Pence e membros da sua família sendo retirados às pressas do plenário do Senado e parlamentares escapando por corredores enquanto manifestantes procuravam por Pence e pela presidente da Câmara, Nancy Pelosi. As imagens mostram manifestantes gritando "enforquem Mike Pence". Segundo os promotores, os invasores estiveram a 30 metros do local onde o vice-presidente americano se escondia.

O ex-vice-presidente Mike Pence ainda está "rancoroso" com Trump pela falta de preocupação do ex-presidente com a sua segurança durante os eventos de 6 de janeiro, segundo o jornalista Chris Wallace, da Fox News, que disse ter falado com equipe de Pence, que esclareceu que Trump não ligou para o seu vice enquanto ele estava no bunker no Capitólio para saber se ele estava seguro. Pence, como vice-presidente, estava presidindo a sessão conjunto do Congresso quando o Capitólio foi invadido.

O senador republicano Mitt Romney, que aparece em um dos vídeos sendo retirado pelo policial Eugene Goodman, disse que espera poder agradecer pessoalmente ao policial do Capitólio. Ele disse que o vídeo é "obviamente muito perturbador" e que não sabia que tinha estado tão próximo aos invasores.

"Obviamente é muito perturbador ver a grande violência à qual nossa polícia do Capitólio e outros foram sujeitos. Quebra o nosso coração e traz lágrimas aos nossos olhos; isso foi completamente perturbador e dramático", disse Romney, que tem sido um dos críticos de Trump no Partido Republicano.

O policial Eugene Goodman ficou famoso após um vídeo que viralizou ter mostrado que ele desviou a multidão para o lado oposto às portas da câmara do Senado que levariam ao local onde os parlamentares estavam escondidos.

Em outro vídeo das câmeras de segurança do Capitólio, Nancy Pelosi é vista sendo protegida por sua equipe que montou barricadas em uma sala, momentos antes de os invasores entrarem em seu gabinete. Segundo os promotores democratas, o homem que foi fotografado no gabinete de Pelosi carregava "uma arma de choque de 950 mil volts".

A reconstrução dos eventos de 6 de janeiro pelos democratas incluiu também áudios das comunicações da polícia do Capitólio. Em um áudio até então inédito, um policial pede por reforços após os invasores terem derrubado as barreiras de segurança do Capitólio. Às 13:49 no horário local, o agente que atendia a ligação declarou que a situação era uma insurreição (riot). Os democratas também exibiram imagens de policiais sendo agredidos, incluindo um que teve o braço prensado em uma porta enquanto pedia por socorro.

"Isso foi muito poderoso", disse o senador republicano Bill Cassidy a jornalistas após a sessão. "Agora obviamente vamos ouvir mais. Mas, novamente, [isso foi] muito poderoso", disse o republicano, que inesperadamente se juntou aos democratas na votação de terça-feira.

O senador republicano Tim Scott, quando perguntado se os vídeos o fizeram mudar de opinião, disse que "provavelmente cinco, no máximo seis republicanos votarão para condenar Trump", noticiou a CNN.

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