Máquinas deram início ao trabalho sob forte esquema de segurança| Foto: Ammar Awad/Reuters

A demolição de um edifício histórico em Jerusalém Oriental ontem arruinou a possibilidade de retomada das negociações de paz, afirmou um porta-voz da ANP (Auto­ridade Nacional Palestina).

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"Ao agir desta forma, Israel arruinou todos os esforços americanos e pôs fim a qualquer possibilidade de retomada das negociações", declarou em um comunicado Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

As negociações de paz, brevemente rearticuladas em setembro em Washington, estão há meses bloqueadas. Os palestinos exigem que Israel pare de construir novos assentamentos na Cisjordânia, solicitação negada pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

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O hotel está situado no bairro de Sheikh Jarrah, território ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967. A demolição de uma parte dele e a criação do novo bairro foi alvo de duras críticas internacionais. Na manhã do último domingo, testemunhas disseram que as máquinas chegaram ao local sob forte esquema de segurança e, logo em seguida, iniciaram a demolição.

O hotel em si ficará intacto. O que será destruído é uma ala que data do período em que a Jordânia controlava o leste de Jerusalém e toda a região da Cisjordânia, entre 1948 e 1967.

Ao todo, o complexo abrigará 20 casas, um estacionamento de três andares e uma estrada de acesso.

O recinto foi comprado em 1985 pelo empresário judeu americano Irving Moskowitz por US$ 1 milhão, informa o jornal Ha’aretz, e no ano passado obteve a permissão do Comitê de Planejamento Urbano de Jerusalém para levantar um bairro judaico.

Além de estar em área ocupada, o hotel está cercado de população palestina. Moscowitz é um conhecido multimilionário vinculado à direita israelense e ao movimento colonizador, e há anos financia iniciativas judias nos assentamentos.

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