O presidente da Argentina, Néstor Kirchner se viu forçado, na terça-feira, a negar as denúncias de compra de votos para as eleições parlamentares de outubro, depois de surgirem relatos de supostos pagamentos em dinheiro e eletrodomésticos feitos a eleitores.
- Não conheço nenhuma (denúncia) e, se soubesse de algo, denunciaria - disse Kirchner a jornalistas, segundo a agência de notícias oficial Telam.
A Argentina realizará em 23 de outubro eleições parlamentares em todo o país. Kirchner descreveu essas eleições como um referendo sobre sua gestão.
O jornal La Nación disse na segunda-feira que as duas forças internas que convivem dentro do peronismo, uma que responde a Kirchner e a outra ao ex-presidente Eduardo Duhalde, dão dinheiro ou eletrodomésticos em bairros pobres na província de Buenos Aires, o maior distrito do país.
A notícia incluiu depoimentos e fotos, como o de uma máquina de lavar nova em uma casa miserável, supostamente entregue pelo Ministério de Desenvolvimento, comandado pela irmã de Kirchner.
"As minhas filhas... foram dados 400 e 500 pesos (138 e 172 dólares) para comprar camas e sapatos", disse uma mulher chamada Betty ao jornal.
"Continuamos repetindo uma prática histórica e esta notícia significa que de fato muito pouco mudou na Argentina", disse Laura Alonso, coordenadora da área "Ação com Políticos", do Poder Cidadão, um grupo anticorrupção afiliado à organização Transparência Internacional.
Kirchner chegou ao poder com o apoio de Duhalde.
Sua mulher, a senadora Cristina Fernández, é candidata à reeleição pela província de Buenos Aires, e enfrenta a esposa de Duhalde, Hilda González.
Cristina Fernández lidera as pesquisas eleitorais, seguida por Hilda González.
A província de Buenos Aires é o principal distrito eleitoral do país, já que elege 35 dos 127 deputados que se renovam no Congresso.
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