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Perseguição

Denúncias apontam que quatro padres foram detidos nas últimas 24 horas na Nicarágua

Católicos Nicarágua
Sob perseguição de seus líderes pela ditadura, católicos de Manágua oram em celebração tradicional da "Gritería", festa popular em homenagem à Imaculada Conceição de Maria, no dia 7 de dezembro de 2023. (Foto: EFE/ Jorge Torres)

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O padre Marcos Díaz Prado foi detido pela polícia da Nicarágua, elevando para quatro o número de sacerdotes presos nas últimas 24 horas no país, denunciou nesta sexta-feira (29) a advogada e pesquisadora nicaraguense exilada Martha Patricia Molina.

"A polícia sandinista sequestrou o monsenhor Marcos Díaz Prado, vigário da igreja de Santo Tomás Apóstolo, no porto de Corinto”, no Pacífico, escreveu Molina, autora do estudo intitulado 'Nicarágua: Uma Igreja Perseguida', em sua conta na rede social X.

Segundo a pesquisadora, até o momento não há nenhuma acusação formal contra Díaz Prado, da Diocese de León e Chinandega, no noroeste da Nicarágua, e “não há informações sobre seu paradeiro”.

Anteriormente, a advogada havia denunciado a prisão do padre Fernando Calero, pároco de Nossa Senhora de Fátima, no município de Rancho Grande, no departamento de Matagalpa.

De acordo com a pesquisadora, Calero foi "sequestrado pela Polícia Nacional em sua paróquia" depois de mencionar durante uma missa o bispo preso Rolando Álvarez, que preside a diocese de Matagalpa.

"Não há nenhuma acusação formal contra ele e não há informações sobre seu paradeiro", explicou.

Díaz Prado e Calero se juntam aos padres Carlos Avilés e Héctor Treminio, vigário geral e tesoureiro da arquidiocese de Manágua, respectivamente, que foram presos na quinta-feira (28) pela polícia e por civis.

Anteriormente, na semana passada, as autoridades prenderam o bispo Isidoro Mora, dois padres e dois seminaristas.

Nem o regime nem a Polícia Nacional confirmaram ou negaram a suposta detenção dos padres.

O cardeal nicaraguense e arcebispo de Manágua, Leopoldo Brenes, ainda não comentou sobre as prisões.

O bispo auxiliar exilado de Manágua, Silvio Báez, que recebeu ordem do Papa Francisco de deixar a Nicarágua em 2019 por motivos de segurança, disse que estava indignado com a prisão de três padres da arquidiocese de Manágua.

Dois bispos, seis padres e dois seminaristas na prisão

Mora, bispo da diocese de Siuna, foi preso um dia depois de também mencionar em uma homilia o bispo Rolando Álvarez, condenado em fevereiro a mais de 26 anos de prisão por crimes considerados traição, após se recusar a deixar seu país.

Mora é o segundo bispo a ser preso na Nicarágua. O primeiro foi Álvarez, que em 10 de fevereiro foi condenado a 26 anos e 4 meses de prisão, teve sua nacionalidade retirada e seus direitos de cidadania suspensos por toda a vida por crimes considerados traição.

A sentença foi proferida um dia depois que Álvarez se recusou a embarcar em um avião que o levaria junto com outros 222 presos políticos nicaraguenses para os Estados Unidos, o que provocou a indignação do ditador Daniel Ortega, que em uma transmissão nacional o descreveu como "arrogante, desequilibrado e louco".

As relações entre a ditadura Ortega e a Igreja Católica foram prejudicadas pela expulsão e prisão de padres, pela proibição de atividades religiosas e pela suspensão das relações diplomáticas entre Nicarágua e Vaticano.

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