O padre Marcos Díaz Prado foi detido pela polícia da Nicarágua, elevando para quatro o número de sacerdotes presos nas últimas 24 horas no país, denunciou nesta sexta-feira (29) a advogada e pesquisadora nicaraguense exilada Martha Patricia Molina.
"A polícia sandinista sequestrou o monsenhor Marcos Díaz Prado, vigário da igreja de Santo Tomás Apóstolo, no porto de Corinto”, no Pacífico, escreveu Molina, autora do estudo intitulado 'Nicarágua: Uma Igreja Perseguida', em sua conta na rede social X.
Segundo a pesquisadora, até o momento não há nenhuma acusação formal contra Díaz Prado, da Diocese de León e Chinandega, no noroeste da Nicarágua, e “não há informações sobre seu paradeiro”.
Anteriormente, a advogada havia denunciado a prisão do padre Fernando Calero, pároco de Nossa Senhora de Fátima, no município de Rancho Grande, no departamento de Matagalpa.
De acordo com a pesquisadora, Calero foi "sequestrado pela Polícia Nacional em sua paróquia" depois de mencionar durante uma missa o bispo preso Rolando Álvarez, que preside a diocese de Matagalpa.
"Não há nenhuma acusação formal contra ele e não há informações sobre seu paradeiro", explicou.
Díaz Prado e Calero se juntam aos padres Carlos Avilés e Héctor Treminio, vigário geral e tesoureiro da arquidiocese de Manágua, respectivamente, que foram presos na quinta-feira (28) pela polícia e por civis.
Anteriormente, na semana passada, as autoridades prenderam o bispo Isidoro Mora, dois padres e dois seminaristas.
Nem o regime nem a Polícia Nacional confirmaram ou negaram a suposta detenção dos padres.
O cardeal nicaraguense e arcebispo de Manágua, Leopoldo Brenes, ainda não comentou sobre as prisões.
O bispo auxiliar exilado de Manágua, Silvio Báez, que recebeu ordem do Papa Francisco de deixar a Nicarágua em 2019 por motivos de segurança, disse que estava indignado com a prisão de três padres da arquidiocese de Manágua.
Dois bispos, seis padres e dois seminaristas na prisão
Mora, bispo da diocese de Siuna, foi preso um dia depois de também mencionar em uma homilia o bispo Rolando Álvarez, condenado em fevereiro a mais de 26 anos de prisão por crimes considerados traição, após se recusar a deixar seu país.
Mora é o segundo bispo a ser preso na Nicarágua. O primeiro foi Álvarez, que em 10 de fevereiro foi condenado a 26 anos e 4 meses de prisão, teve sua nacionalidade retirada e seus direitos de cidadania suspensos por toda a vida por crimes considerados traição.
A sentença foi proferida um dia depois que Álvarez se recusou a embarcar em um avião que o levaria junto com outros 222 presos políticos nicaraguenses para os Estados Unidos, o que provocou a indignação do ditador Daniel Ortega, que em uma transmissão nacional o descreveu como "arrogante, desequilibrado e louco".
As relações entre a ditadura Ortega e a Igreja Católica foram prejudicadas pela expulsão e prisão de padres, pela proibição de atividades religiosas e pela suspensão das relações diplomáticas entre Nicarágua e Vaticano.
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