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O porta-voz do Ministério Público da Suíça, Rainer Angst, confirmou nesta quinta-feira (26) que a confissão de Paula Oliveira feita à polícia no último dia 13 quando a brasileira afirmou que não foi atacada por um grupo de neonazistas não pode ser usada como prova no inquérito aberto contra ela. As informações são da BBC Brasil.

"Realmente, como disse o advogado dela de forma resumida, a Justiça suíça só considera válida uma confissão feita perante um promotor público, o que não aconteceu", explicou Angst.

A informação de que a confissão de Paula não era válida já havia sido divulgada pelo advogado dela, Roger Müller, na quarta-feira (25), uma vez que foi feita apenas polícia de Zurique. Ele informou que a brasileira deve prestar novo depoimento promotoria ainda nesta semana.

O porta-voz do Ministério Público da Suíça lembrou, no entanto que o eventual depoimento de Paula não será o único elemento a ser considerado no processo. A Promotoria, segundo ele, irá analisar o que ela disser no interrogatório e checar se a informação coincide com provas. Dentre o material estão os resultados de exames laboratoriais e ginecológicos que indicaram que a brasileira não estava grávida e que ela mesma poderia ter feito os ferimentos em seu corpo.

"Ela é livre para falar o que quiser, mas as afirmações , até o momento, foram contraditórias. Primeiramente, ela disse ter sido atacada, disse que estava grávida e que foi ferida por três neonazistas. Depois, ela afirmou que nada disso era verdade. O que queremos é reunir todas as provas e afirmações e tentar chegar a uma conclusão sobre o que aconteceu e quais foram os motivos por trás disso."

Questionado se a promotoria pretende pedir uma avaliação psiquiátrica de Paula, Angst admitiu que esta é uma possibilidade. Ele explicou ainda que, nos tribunais suíços, uma confissão pode amenizar a pena do acusado, mas não soube dizer se, no caso de Paula, a confissão seria uma atenuante.

"Neste momento não sabemos nem se ela receberá alguma punição" afirmou Angst, ressaltando que é muito cedo para fazer qualquer previsão do desfecho do caso "que não seja pura especulação".

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