As Coréias do Norte e do Sul disseram nesta quarta-feira que concordaram em retomar as negociações em nível ministerial, um dia depois do anúncio do avanço do pacto de troca de armas por energia nos debates entre seis países sobre os programas nucleares de Pyongyang, em Pequim.
O diálogo entre as duas Coréias - que ainda estão tecnicamente em guerra - entraram em colapso depois que Pyongyang testou mísseis, no mês de julho. O Ministério da Unificação do Sul disse que delegados se encontrarão na cidade fronteiriça de Kaesong, no Norte, na quinta-feira para debater a data da abertura das negociações.
A agência de notícias estatal do Norte disse que Pyongyang concordou com a proposta de novos contatos entre os dois países, que encerraram uma guerra de 1950 a 1953 com armistício, dividindo a península coreana com uma das fronteiras mais armadas do mundo.
As negociações aproveitam o bom momento criado depois do avanço de terça-feira em direção Ao desmantelamento do programa de armas nucleares da Coréia do Norte, mas o negociador-chefe dos Estados Unidos, Christopher Hill, advertiu que ainda há muito trabalho pela frente para que o acordo seja implementado.
O acordo, feito sob a sombra do teste nuclear que a Coréia do Norte fez em outubro, exige que o país feche seu reator em Yongbyon dentro de 60 dias, em troca de 50.000 toneladas de combustível, ou ajuda equivalente.
``Acho que todos precisamos descansar nas próximas 24 horas, mas temos muito trabalho a fazer'', disse Hill, aparentando cansaço, a repórteres. ``Temos que começar o processo de implementar este acordo.''
``Temos calendários ambiciosos'', disse.
A maratona de negociações entre as duas Coréias, os EUA, a China, o Japão e a Rússia chegaram finalmente a um acordo, que segundo Hill dependia da quantidade de ajuda de energia oferecida.
``Era um problema de energia, estávamos dispostos a crescer em (oferta de) energia em troca de aprofundamento da desnuclearização'', disse.
Depois do período de 60 dias, a Coréia do Norte, que precisa muito de energia, receberá outras 950.000 toneladas de combustível, ou em ajuda equivalente, quando tomar mais medidas para desmantelar suas capacidades nucleares.
DESAFIOS
Apesar dos desafios, autoridades em Washington dizem que o acordo é um grande avanço.
O presidente dos EUA, George W. Bush, que já classificou a Coréia do Norte comunista de parte do ``eixo do mal'', ao lado do Irã e do Iraque pré-guerra, disse que o acordo representa ``a melhor oportunidade para usar a diplomacia para tratar do programa nuclear da Coréia do Norte''.
Analistas dizem que o acordo é um avanço, mas que há vários desafios adiante.
``Congelar, suspender e desativar não é necessariamente o mesmo que abandonar'', disse Zhang Lianggui, especialista em Coréia do Norte na Escola do Partido Central do Partido Comunista da China, acrescentando que o abandono é um tema mais difícil e de longo prazo.
O acordo inclui também cláusulas para os EUA e o Japão debaterem a normalização do relacionamento com a Coréia do Norte e afirma que Washington começará o processo de remoção de Pyongyang de sua lista de países que patrocinam o terrorismo.
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