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Segurança

Depois de ameaças, EUA declaram novas sanções à Coreia do Norte

O Tesouro norte-americano vai impor sanções ao Banco de Comércio Exterior da Coreia do Norte, a principal instituição de câmbio do país, por seu papel no apoio ao programa de armas de destruição em massa de Pyongyang, disse hoje o assessor de segurança nacional do presidente Barack Obama.

Em um discurso para a Asia Society em Nova York, o assessor da Casa Branca, Tom Donilon, também disse que a China não deveria conduzir "negócios como de costume" com a Coreia do Norte enquanto Pyongyang ameaça seus vizinhos.

"Os Estados Unidos não aceitarão a Coreia do Norte como um Estado nuclear", disse Donilon. "Nem vamos ficar esperando enquanto o país busca desenvolver um míssil nuclear que pode atingir os Estados Unidos."

Ele disse que Washington está disposto a negociar com a Coreia do Norte, mas insistiu que o país asiático primeiro deveria tomar "medidas significativas" para cumprir suas obrigações internacionais.

Tensão

Mais cedo, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o país está preocupado com a "retórica beligerante" de Pyongyang, e insistiu que o país opte pela "via da paz", depois que o regime norte-coreano ameaçou acabar com o armistício com a Coreia do Sul, decretado em 1953 após a Guerra da Coreia, que provocou a separação dos dois países.

"Estamos preocupados com a retórica beligerante da Coreia do Norte e as ameaças que estão fazendo seguem um padrão desenhado para aumentar as tensões", disse em sua coletiva diária.

Segundo ele, o país "não conseguirá nada com estas ameaças e provocações, que só isolam mais a Coreia do Norte e minarão os esforços internacionais para assegurar a paz e a estabilidade no noroeste asiático". "Continuamos pedindo que a liderança norte-coreana atenda ao chamado do presidente Obama para que optem pela via da paz e cumpram suas obrigações internacionais." Já a porta-vos do Departamento de Estado, Victoria Nulan, disse em coletiva que durante 60 anos o armistício assegurou a paz e a estabilidade da península coreana, razão pela qual "é preocupante para nós quando um dos signatários de um acordo mútuo declara publicamente que o abandona".

A ameaça do fim do armistício acontece em meio a mais uma rodada de exercícios militares anuais entre Estados Unidos e Coreia do Sul. Cerca de 10 mil soldados sul-coreanos e 3.000 americanos participam das atividades.

O regime de Pyongyang qualificou as operações como "ameaça de guerra" e enviou uma série de tropas para as regiões de fronteira, que incluem efetivos terrestres, marítimos e aéreos. Apesar da movimentação, o comando militar da Coreia do Sul considera que a ação do país comunista não representa uma ameaça. Os exercícios militares são uma rotina entre Washington e Seul, devido a acordos militares assinados após o fim da Guerra da Coreia. Devido a isso, os Estados Unidos mantêm uma base militar em território sul-coreano que, nos últimos anos, abriga 28.500 soldados. O aumento da tensão acontece dias após as sanções provocadas pelo teste nuclear de 12 de fevereiro. A resolução, feita por Estados Unidos e China, prevê restrições a três indivíduos, uma empresa e uma organização.

Apesar do aumento da retórica de Pyongyang, os Estados Unidos e a Coreia do Sul acreditam que o país comunista ainda não tem tecnologia suficiente para fazer um míssil que possa chegar a território americano. No entanto, há a crença de que os norte-coreanos têm combustível suficiente para bombas nucleares.

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