Homens armados fizeram dezenas de reféns logo após um ataque suicida a bomba na entrada de um prédio do governo afegão, na cidade de Jalalabad, leste do Afeganistão, nesta terça-feira (31).
Segundo o jornal britânico The Guardian, nenhum grupo terrorista assumiu a autoria do ataque, que deixou ao menos dez feridos - dois em estado grave. O Estado Islâmico publicou uma declaração em que nega envolvimento na ação.
Attaullah Khogyani, porta-voz do governo da província de Nangarhar disse à agência de notícias AFP que homens armados invadiram o departamento de refugiados da cidade após a explosão.
Uma testemunha ouvida pelo Guardian contou que o ataque começou quando um carro preto com três ocupantes parou na entrada do prédio. Um homem saltou do veículo e começou a atirar. Um deles se explodiu e os outros dois entraram no prédio, fazendo dezenas de reféns. Minutos depois, o carro também explodiu, ferindo pessoas na rua.
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A isso se seguiu uma intensa troca de tiros, ainda em curso, entre os criminosos e as forças de segurança.
A repórter da Al Jazeera Charlotte Bellis comentou que o alvo do ataque está localizado em uma área perto do complexo da ONU e de um grande hospital.
Segundo Sohrab Qaderi, membro do conselho local da província, aparentemente 40 pessoas estavam dentro do prédio no momento da invasão.
Khogyani informou que o ataque ocorreu durante uma reunião do governo com representantes de ONG’s sobre questões relacionadas a refugiados. O chefe do departamento e várias pessoas já estão em segurança.
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Onda de ataques terroristas
A cidade tem visto uma série de ataques a bomba nas últimas semanas, os quais mataram e feriram dezenas de pessoas. Nos últimos três meses pelo menos 160 pessoas morreram e cerca de 500 ficaram feridas.
A província de Farah, no oeste do Afeganistão, também foi alvo de um ataque nesta terça-feira. Uma bomba colocada em uma estrada atingiu um ônibus, matando pelo menos 11 pessoas e ferindo mais de 40. As autoridades policiais da província culparam o Talibã por este atentado, embora o grupo terrorista não tenha confirmado a autoria pela explosão.