A Macedônia, um país situado nos Balcãs, não sabe se vai mudar de nome. Após acordo com a Grécia, pondo fim a uma disputa de décadas, o governo anunciou nesta semana que passaria a se chamar Macedônia do Norte. Mas a decisão esbarrou no presidente da Macedônia, Gjorge Ivanov. Ele afirmou que não irá assinar o acordo para mudar o nome do país.
A decisão tinha sido tomada pelos primeiros-ministros macedônio, Zoran Zaev, e grego, Alexis Tsipras, - ambos de esquerda - daria fim a 27 anos de disputa pelo nome Macedônia, o mesmo do país que pertenceu à ex-Iugoslávia e de uma província do norte da Grécia.
"Esta é minha posição final e eu não cederei a nenhuma pressão, chantagem ou ameaça. Eu não vou apoiar ou assinar um acordo que nos prejudica tanto", disse Ivanov, ligado à direita nacionalista macedônica. Embora ele tenha poder de veto, a decisão pode ser derrubada no Parlamento, onde Zaev tem maioria.
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A disputa impulsiona o sentimento nacionalista nos dois países há anos e o acordo foi criticado dos dois lados da fronteira, com os premiês acusados de ceder muito ao outro lado. A Grécia há tempos exige que a Macedônia mude de nome, alegando que o atual implicaria reivindicações territoriais da província grega ao norte do mesmo nome, onde nasceu Alexandre, o Grande, e usurparia a herança e a história gregas. Ao se tornar independente, em 1991, a Macedônia adotou o mesmo nome que usava desde 1944, quando era parte da antiga Iugoslávia.
A mudança de nome ajudaria a desbloquear um possível acordo macedônio com a União Europeia e a Otan, visto que Atenas, membro das entidades, retiraria sua reivindicação do que vê como uma tentativa expansionista do vizinho.
Líder do principal partido oposicionista grego, o Nova Democracia, Kyriakos Mitsotakis afirmou nesta quinta-feira que apresentará uma moção de censura contra o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras. Mitsotakis critica a administração por ter fechado um acordo para encerrar uma disputa de décadas sobre o nome da Macedônia.
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