O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cujo líder é o ditador Nicolás Maduro, se manifestou nesta segunda-feira (5) a favor da realização das eleições presidenciais deste ano "o mais rápido possível", dentro do prazo necessário para que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) as organize.
Durante uma reunião convocada pelo Parlamento - que é controlado pelos chavismo - para elaborar uma proposta de calendário eleitoral, Francisco Ameliach, ex-governador de Carabobo, fez a proposta em nome do partido, do qual é membro do conselho.
"O PSUV propõe que, dados os eventos geopolíticos e a situação nacional (...), concordamos que as eleições devem ser realizadas na Venezuela o mais rápido possível, de acordo com os prazos e as capacidades técnicas do CNE", disse, fazendo referência à suposta perseguição e planos para matar o ditador venezuelano.
Ameliach, que não definiu uma data específica, afirmou depois que outros políticos, alguns deles pré-candidatos à presidência, também apresentaram propostas para esse projeto a ser levado ao CNE.
Os partidos de oposição Primeiro Venezuela (PV) e Ação Democrática (AD), dissidentes do principal grupo antichavista, propuseram a realização dessas eleições com o primeiro turno no dia 5 de julho e o segundo em 28 de julho.
Os pré-candidatos presidenciais Javier Bertucci e Antonio Ecarri pediram observação internacional, incluindo uma missão da União Europeia.
O processo de consulta aberto pelo Parlamento é questionado pela maioria da oposição, agrupada na Plataforma Democrática Unida (PUD), que acredita que o governo planeja eleições antidemocráticas.
A PUD, que não participa dessas reuniões, denunciou a violação de acordos por parte do governo, depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ratificou que a candidata presidencial do bloco antichavista, María Corina Machado, não poderá concorrer em nenhuma eleição até o ano de 2036.
Retorno das sanções
A inabilitação de Machado fez cim que os EUA reestabelecessem as sanções ao setor do ouro da Venezuela, ameaçando fazer o mesmo com o setor petrolífero. "O alívio para os setores de petróleo e gás da Venezuela será renovado em abril somente se os representantes de Maduro cumprirem seus compromissos", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, na semana passada.
Depois que o chavismo e a oposição chegaram a um acordo em outubro, em Barbados, sobre um roteiro para eleições presidenciais em 2024, Washington suspendeu uma série de sanções econômicas à Venezuela por seis meses.
Na ocasião, o Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, emitiu uma nota na rede social X, repudiando a medida tomada pela Casa Branca. Na publicação, o chanceler afirmou que o regime venezuelano rejeita as novas tentativas de chantagem e interferência dos EUA em seus assuntos internos.
"Essas ações constituem um ultimato contra toda a sociedade venezuelana, uma vez que utilizam a coerção e ameaça, para impor um golpe no país, ignorando as instituições do Estado e o bem estar do povo", disse o ministro.
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