A prefeitura de Nova York anunciou na semana passada que vai autorizar testes de veículos autônomos nas vias da maior cidade dos Estados Unidos, o que abre espaço para os chamados robotáxis.
Diante das dificuldades registradas em San Francisco, onde incidentes envolvendo táxis autônomos foram registrados, o poder público nova-iorquino informou que o processo terá “um programa de licenciamento rigoroso”, para garantir que os veículos estejam “prontos para testar sua tecnologia no ambiente urbano mais desafiador do país com segurança e eficiência”.
“Essa tecnologia está chegando, gostemos ou não”, disse o prefeito Eric Adams, em comunicado enviado ao site The Verge. “Então, vamos nos certificar de que vamos fazer tudo certo”, acrescentou o político democrata.
Segundo o The Verge, entre os requisitos que serão cobrados das empresas, estarão: excluir as que não tenham realizado testes de veículos autônomos em outras cidades; exigir informações de testes anteriores, que devem incluir detalhes sobre acidentes e com que frequência os motoristas de segurança precisam assumir o controle do veículo; e, medida que mais tem chamado a atenção, só serão aceitos nos testes em Nova York veículos com motoristas de segurança durante todo o trajeto – ou seja, o trânsito totalmente autônomo não será permitido.
O caso da Califórnia mostra a força da tendência dos robotáxis, mas as preocupações com segurança permanecem.
No começo de março, a Comissão de Serviços Públicos da Califórnia aprovou a expansão da atuação dos robotáxis da Waymo, empresa de tecnologia de carros autônomos do conglomerado Alphabet (proprietário do Google), para mais condados no estado mais populoso do país, incluindo o interior do Vale do Silício. Os robotáxis já operavam em regiões de Los Angeles e na área da Baía de São Francisco.
Em outubro do ano passado, a Cruise, subsidiária de carros autônomos da General Motors, teve sua licença para operar robotáxis na Califórnia suspensa depois de relatos que apontaram que dois veículos bloquearam uma ambulância que levava um paciente, que depois acabou morrendo. Depois, a Cruise suspendeu todos os seus projetos de carros autônomos em 15 cidades americanas.
“Essas situações explicam por que a cidade de Nova York deseja implementar o programa robotáxi com regras mais rígidas. As precauções devem reduzir o risco de acidentes ou de bloqueio de vias e de transporte público e de emergência”, escreveu na semana passada Chris Smith, do site de tecnologia BGR.
“É claro que todas estas regulamentações não vão eliminar totalmente os riscos. No fim das contas, os humanos são responsáveis pela grande maioria dos acidentes, e não os robotáxis. Esse é um dos motivos para que seja buscada a tecnologia de carros sem motorista. Eventualmente, ela ficará muito mais segura e confiável do que os humanos”, alegou Smith.
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